sexta-feira, 21 de outubro de 2016

187 – ICONOGRAFIA SUL-RIO-GRANDENSE.


18.0 - Obras do espanhol FERNANDO CORONA como agente ativo e identificado positivamente com a cultura do Rio Grande do Sul.
Continuação e complemento de Artes Visuais sul-rio-grandenses - 12

18.1 – A pessoa de Fernando Corona. 18.2 –  As obras “Borges de Medeiros” e o “Inca” de Fernando Corona e o seu sentido. 18.3 – Um estrangeiro como sul-rio-grandense de opção. 18.4 – As obras de arte de Fernando Corona. 18.5 – As leituras iconológicas possíveis nas obras de Fernando Corona. 18.6 – Catedrático com 4ª série primária. 18.7 – Um docente com obras ara mostrar 18.8 – A disciplina de Modelagem ensinada na linha de montagem industrial. 18.9 – A disciplina de Escultura ensinada no paradigma da guilda medieval.  18.10 – A defesa da técnica e da segurança institucional 18.11 – A memória da obra e da pessoa de Fernando Corona.
Aldo LOCATELLI    Mural do ano de 1958 - FERNANDO CORONA  com a obra José di Francesco
Fig. 01 –  Fernando Corona colocado como eixo e central no mural do 8º andar do prédio do Instituto de Artes da UFRGS. Esta centralidade  expressa a figura singular deste catedrático de Escultura, Modelagem e maquetes de Arquitetura.  Mural pintado por Aldo LOCATELLI (1915-1962) para os eventos do Cinquentenário da fundação deste Instituto (1958) é um índice do prestígio, da liderança e da atenção dos seus discípulos que o cercam e seguem na sua “CAMINHADA nas ARTES”    

18.1 - A pessoa de Fernando Corona

A obra de criação de Fernando Corona constitui um índice do que ocorria no Rio Grande do Sul no final da República Velha e logo após a Revolução de 1930. Este mestre estava consciente dos valores culturais do período e pode ser considerado como uma metáfora dos demais valores culturais. Ele pesquisou e uniu os extremos da arte indígena com as mais avançadas pesquisas formais de sua época.  Estas pesquisas de Corona respondem à verdade formal extremamente pura, como constituem índices do excesso de ofertas e de consumo de uma sociedade periférica confusa e tonta devido aos apelos estéticos de toda ordem e sentidos provenientes de centros que se querem hegemônicos. Sem nunca esquecer que esta mentalidade e obras de Fernando Corona interpretam e respondem ao que era possível fazer em arte numa sociedade periférica no aspecto econômico, técnico e social. É desta competência e destes limites que este pensamento e realizações formais de Corona se alimentam e lhe conferem coerência e buscam a legitimidade de sua permanência.
Fig. 02 –  Um flagrante do  mestre Fernando Corona mergulhado no ambiente do seu atelier de  Escultura e de Modelagem e entregue ao trabalho intelectual no qual foi surpreendido, em 1963, por uma câmara fotográfica de um dos seus estudantes. Imagem que materializa o ideal de um Corbusier, seu contemporâneo  que afirmava “o que permanece é o pensamento”. Ou então de um Leonardo da Vinci que ensinava  que “uma pintura é uma coisa mental  



FERNANDO CORONA nasceu no dia 26 de novembro de 1895 em SANTANDER, Espanha. Ele veio a Porto Alegre, em 1912, a procura do seu pai José Maria Corona. Mas ficou e ajudou ao pai a projetar, em 1919, a Catedral Gótica de Porto Alegre, passando, depois, a trabalhar na firma Azevedo Moura & Gertum Exerceu a escultura, a arquitetura, o magistério e as letras. Dedicou-se à institucionalização da Escultura no Instituto de Artes da UFRGS  entre 1938 até a sua compulsória em 1965. Nesta função tonou-se o 1º catedrático de Escultura no Rio Grande do Sul. Manteve o lema “Deixei de ser escultor para formar escultores”. Faleceu em Porto Alegre no dia 22 de junho de 1979.
Fig. 03 –  O trabalho com as mãos, com devidas ferramentas, era o contraponto do intelectual e a convergência com o qual o  mestre Fernando Corona agia como perpetuo aprendiz e incansável pesquisador . O catedrático de Escultura, de Modelagem e de Arquitetura dava exemplo arrastando para o seu universo estético aqueles que se aproximavam dele..
18.2 As obras “Borges de Medeiros” e o “Inca” de Fernando Corona e o seu sentido.

As peças escultóricas denominadas “BORGES de MEDEIROS” e “O INCA” (1954), aqui reproduzidas, pertencem respectivamente à Pinacoteca Barão de santo Ângelo e ao MARGS. Estas obras podem ser tomadas como índices dos valores plásticos que o escultor perseguia. No “BORGES de MEDEIROS” o escultor se entrega às tendências, vigentes na época, do Art-Decô com raízes no Cubismo.  Na peça “O INCA” o mestre perseguia o ideal do “arquétipo do ovo”’ pelo qual a forma mínima fornece a origem de todas as formas plásticas. No mínimo da forma, ele buscava obter o máximo de conteúdo. Com este ideal ele sintonizava-se com as buscas formais das culturas dos indígenas do Rio Grande do Sul, e, ao mesmo tempo, mantinha-se coerente com as obras mais avançadas dos seus contemporâneos como Victor Brecheret (1894-1955), de Constantin Brancusi (1876-1957)[1] e de Rudolf Belling (1886-1972)[2].
FERNANDO CORONA “Borges de Medeiros” da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo e “O Inca”   MARGS – Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Fig. 04 –  O mestre Fernando Corona foi um aprendiz perpétuo, e incansável, de Escultura, de Modelagem e de Arquitetura. O seu prazer era experimentar tendências estéticas e testar os limites formais deste “CAMINHAR nas ARTES”. Este transitar continuado pelas artes permitia ao docente  auscultar as aspirações estéticas e os tateios dos seus estudantes na busca de uma senda própria e pessoal.  As parcas circunstâncias do meio local conspiravam  contra esta busca.  O docente oferecia  as suas amplas experiências estéticas para o limitado repertório dos novos candidatos  ao campos das artes. No entanto Corona  separava o seu universo pessoal para exigir destes estudantes o domínio técnico “da cozinha das artes” condimentando-o  com o cultivo do hábito da integridade estética, Intelectual e moral.

Para o escultor “arquétipo universal do ovo” constitui a síntese e a verdade tridimensional primeira[1], como para o pintor é o ponto e linha diante do plano. Por meio desse arquétipo formal, a obra de Corona perseguia as dimensões da monumentalidade, apesar de algumas obras possuírem pequenas dimensões. Estas dimensões de monumentalidade da escultura de Corona afirmam as ligações desta obra escultórica com a arquitetura e o espaço público do urbanismo. Fernando Corona realizou poucas obras para coleções particulares ou para serem contempladas em museu e fora do seu contexto da arquitetura e do espaço publico do urbanismo.


[1]  - Corona ensinava  "estudar formas baseadas na figura humana, ou não, Considero um ovo belíssima escultura de curvas parabólicas inimitáveis" .  "O ensino da Escultura" in Correio do Povo. Porto Alegre: Caldas Júnior 27.06.1969.

Fernando CORONA - capa catálogo Salão de Outono 1925
Fig. 05 –  A trabalhosa  experiência de modelar uma maquete de um pórtico, fotografá-la para transpor esta imagem para um cartaz impresso é algo singular mas coerente com as suas pesquisas estéticas de Fernando Corona, do ano de 1925.  Cartaz destinado para a divulgação as SALÂO de OUTONO de 1925. Coerência com o seu ofício de modelador, escultor e arquiteto e ao mesmo tempo expressa o estágio cultural de um meio urbano que se estetizava para receber e consumir os influxos crescentes e cumulativos provenientes de todos os lados e todos os tempos.

18.3– Um estrangeiro como sul-rio-grandense de opção.

Fernando Corona palmilhou de ponta a ponta o Rio Grande do Sul[1] espalhando a sua obra. Tornou-se, desde muito jovem, um sul-rio-grandense por opção e de alma, cultivando a tradição regional[2]. Manteve viva a dialética entre o condicionado do meio geográfico regional e da civilização universal. Compartilhava esta dialética com o seu amigo Érico Veríssimo, que encontrou jovem atrás do balcão da farmácia em Cruz Alta.

Nesta dialética não descuidava colocar o seu estudante na busca de atenção tanto sobre as formas naturais e como a verdade das formas plásticas. Criava uma distinção entre a natureza do modelo e a obra de arte humana. Na obra observava as proporções, a relação das partes entre si e a unidade na diversidade.  É possível verificar que ele procurava para si e para os seus discípulos numa leitura estilística dos elementos formais das suas obras plásticas e dos seus escritos. Nos seus escritos anotava no  Álbum nº II das Aulas de Escultura – 1963:“os alunos do Iº ano de escultura continuam a estudar a forma natural do corpo humano como medida de tomada de consciência”.


[1]  - Ver os seus cadernos de viagens e veraneios no interior do Rio Grande do Sul.

[2] Fernando escreveu no seu diário (fls 137/8) relativo ao outono do ano de 1917:  "Foi em Tupanciretã que aprendi a amar o povo gaúcho, somado a ele 'uno más'. Talvez seja, sem dar-me conta, a pedra angular que modificou aquela ânsia de voltar à Espanha. Agradeço ao povo de Tupanciretã ter-me aberto a consciência do espírito universalista que cultivo, e hoje mais que nunca creio que a pátria do homem é onde consolida seu caráter, sua posição profissional e encontra o amor". Fernando, com 22 anos de idade, tinha ido a Tupanciretã para esculpir duas estátuas e um baixo relevo na fachada da igreja matriz. Ali fez contato com Raul Bopp, os parentes de Manuelito de Ornellas e os intelectuais urbanos e rurais da região, que lhe abriram as suas bibliotecas particulares que continham obras da literatura universal.
Fig. 06 –  A ERA INDUSTRIAL é o contexto no qual Fernando Corona viveu, produziu e legou sua obra. O trabalho consiste em transpor  esta obra, pensamentos e suas circunstâncias para o contexto da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL  Transporte que jamais é completo e definitivo. O fluxo do TEMPO, da TÉCNICA e da VIDA  é continuado. Assim, por mais espetacular - que seja qualquer evento que tenha por objeto a VIDA, a OBRA e TEMPO de Fernando Corona - jamais pode ter a aparência ou ameaça de um segundo e definitivo enterro.
[ clique sobre o gráfico para ler]

A obra de Fernando Corona se desenvolveu em Porto Alegre entre 1912 e 1979. A série cultural constitui a diacronia de uma linha de tempo na qual as suas obras mantém uma personalidade própria, mas ao mesmo tempo, dialogam sincronicamente com todas as outras séries culturais significativas pelas quais evoluía a sua arte. Precedia assim com o objetivo de que os seus estudantes pudessem escolher o maior número possível de linguagens plásticas. Nesta tarefa Corona impôs-se a tarefa de sincronizar Porto Alegre com a arte brasileira e mundial. Esta tomada de consciência havia sido para ele pessoalmente, um processo muito longo e penoso.


18.4– As obras de arte de Fernando Corona.

No percurso diacrônico, da sua obra pessoal, podemos acompanhar a sua iniciação estética nos primeiros anos do século XX no historicismo do ‘modernismo espanhol’[1] sob cuja influência peregrinou e trabalhou na juventude. Entre esta obras historicistas algumas valiam-se da tipologia do neogótico, como da catedral que seu pai projetou em  Porto Alegre. Em outras os elementos plásticos eram originários de diversas fontes como no Palácio Piratini e no prédio do Instituto de Educação, projetado por ele em 1935, predominava classicismo histórico grego. Neste meio tempo, havia satisfeito a burguesia de Porto Alegre com decorações ecléticas com motivos retirados das tipologias do historicismo. Após a  Segunda Guerra Mundial, converteu-se aos postulados da ‘Carta de Atenas’, do arquiteto Corbusier[2] a quem foi visitar pessoalmente em Paris durante o ano de 1952. No Brasil, ele se apropriou das últimas experiências da Escultura que o mundo trouxe, para as Bienais, de São Paulo. A sua consciência estética foi reforçada pelas viagens, visitas de amigos estrangeiros, bibliografia e periódicos. Participou intensamente com grupos e projetos culturais, como aquele que cuidou do estudo do Folclore no RS, da implantação da Escolinha de Arte no IBA-RS e do grupo que elevou o monumento a Chopin[3]. A obra de Corona inova em cada etapa. Em cada obra enfrenta uma nova tipologia estilística ao contrário de Weingärtner, de Libindo Ferrás e de Pelichek que mantiveram uma evolução estilística coerente com as suas primeiras escolhas.


[1]  - Para a cultura universal é o Art-Nouveau.

[2]  Corona, 1947 -«ISMOS» com Carta de Atenas anexa Ismos: arte contemporânea: Fernando Corona. Ver o manuscrito relativo à viagem de 1952 à Europa.
[3]  Referências a partir da tese SIMON, Círio “ORIGENS   DO   INSTITUTO   DE  ARTES  DA  UFRGS ETAPAS     ENTRE     1908-1962    E   CONTRIBUIÇÕES  NA CONSTITUIÇÃO    DE    EXPRESSÕES    DE   AUTONOMIA   NO   SISTEMA   DE   ARTES    VISUAIS  DO  RIO   GRANDE  DO SUL  Porto Alegre :Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas PUCRS, 2002, 660 fls.


FERNANDO CORONA “José Di Francesca s
Fig. 07 –  A figura e a obra multifacetada de José de Francesco (1895-1967) sempre fascinou  Fernando Corona. Modelou as feições deste perpetuo irrequieto, falante  e expressivo artista típico emergido do meio cultural de Porto Alegre[1]. Ao mesmo tempo tornou-se um colecionador da obra[2] deste pintor, empresário do cinema, da publicidade e da decoração.

A obra escultórica e arquitetônica, de Fernando Corona, inscreveu-se num círculo sincrônico de uma estirpe de intelectuais sul-rio-grandenses de primeira linha. Desse círculo existe uma amostra na Comissão de Folclore, instaurada em Porto Alegre em 1950 por Dante Laytano. Nessa Comissão figuravam Adão Carrazoni, Ângelo Guido, Athos Damasceno Ferreira, Darcy Azambuja, Elpídio Ferreira Paes, Ênio de Freitas e Castro, Fernando Corona, Guilhermino Cesar, Luis Carlos Moraes, Mário Azambuja, Manoelito de Ornellas, Moyses Velhinho, Otelo Rosa e Walter Spalding. Esses nomes constituem índice do meio cultural no qual se elaborou e a obra desse escultor e professor de escultura.
18.5–As leituras iconológicas possíveis nas obras de Fernando Corona.

Numa leitura iconológica da temática da obra é possível transitar, na escultura Corona, desde os temas e os motivos historicistas, até as correntes estéticas mais avessas a toda identidade ou referencia a qualquer identificação temática externa à própria obra. Obra que se deseja apresenta por si mesma como é o caso da escultura não figurativa e que muitos dos seus estudantes seguiram.

Ao contemplar o conjunto das obras de Corona é possível perceber que ele se inicia na série cultural criada por escultores que atuaram na arquitetura e no fachadismo[3] de Porto Alegre na primeira metade do século XX. Mas entre os seus colegas de oficina, foi ele que teve a maior continuidade, atingindo o nível mais crítico quando teve de passar esse conhecimento aos seus estudantes. Cabe a Corona a capacidade de diálogo com todos os paradigmas estéticos na importação e trânsito cultural tanto da técnica, da estilística e da temática, que passaram, no Rio Grande do Sul, ao longo de sua vida. Como também lhe cabe a flexibilidade para entender os paradigmas aos quais pertenciam e decodificá-los para o meio local.


[1] - FRANCESCO, José de. Reminiscências de um artista. Porto Alegre; s/editora. 1961.

[2] - Obra de José de Francesco da coleção de Fernando Corona doado ao MARGS http://www.margs.rs.gov.br/catalogo-de-obras/J/16863/

[3] - Esta série foi estudada por Doberstein. DOBERSTEIN, Arnoldo Walter. Porto Alegre (1898-1920): estatuária fachadista e monumental,  ideologia e sociedade. Porto Alegre : PUC-IFCH, 1988, 208 f. Dissert.
 __ __ Porto Alegre 1900-1920: estatuária e ideologia. Porto Alegre: Secretaria Municipal de Cultura,1992. 102p.
 ____ Rio Grande do Sul (1920-1940): estatuária, catolicismo e gauchismo. Porto Alegre : PUC-Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1999. 377f.

Fig. 08 –  O desafio de subir os andaimes com idade próxima dos 80 anos e modelar esta figura na parede externa da fachada da igreja maronita de Porto Alegre é índice múltiplo do universo e da estética de  Fernando Corona. Índice que revela o aprendiz perpétuo e incansável. São Índice de sua devoção à sua esposa Venuta de quem toma imagem da face para emprestá-la a Nossa Senhora do Líbano.  Esta escultura da fachada do templo é um dos índices do profundo casamento entre a Arquitetura e a obra de Arte que Fernando Corona defendia e sempre praticava.

Quem contempla a imagem da Nossa Senhora do Líbano[1] modelada na fachada da mesma igreja, sobre a rua Jerônimo Ornellas, percebe que essa obra não é uma eclética mistura de estilos. Modelou  essa obra diretamente na fachada, aos 77 anos, enfrentando a altura e os dias mais frios do ano. Deixou-nos, nessa obra, outra amostra da sua lição de que a escultura resulta do arquétipo de forma do ovo.


[1] - "A Volta do escultor" in Correio do Povo Porto  Alegre:  Companhia Caldas Júnior. 01.07. 1973.

1-Carlos TENIUS. 02-Regina GAGEIRO  03 -Fernando CORONA 04- Bela ATTDORF  5 – Luís Carlos PINTO MACIEL
Fig. 09 –  A interação entre o mestre Fernando Corona com aqueles que se dispunham a experimentar e  trilhar as sendas da Escultura era verdadeira e autêntica. Estas sendas destes estudantes de Escultura deste mestre ainda esta para ser estudada, registrada e divulgada. .Mas é possível afirma empiricamente que esta produção foi grande, diversificada e sem se prenderem a fórmulas ou estereótipos estéticos de prosélitos subalternos e na heteronomia perpétua do seu mestre.

18.6 – Catedrático com 4ª série primária.

Corona era escultor autodidata, como também Rodin,  e arquiteto prático, seguindo a obra do seu pai Jesus Maria Corona[1]. Conhecido por sua vasta obra em Porto Alegre, tanto em Arquitetura[2], Modelagem como em Escultura[3]. O currículo do ‘self made man’ fascinou Tasso Corrêa que o contratou para ser o catedrático de Escultura do CAP depois de conseguir arrancar, esta aprovação ‘ad referendum’, em duas tumultuadas sessões do CTA[4]. Vencida esta etapa, Tasso concedeu carta branca[5]  para Fernando Corona, criar, implementar e implantar a disciplina de Escultura no Curso Superior de Artes Plásticas do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Ele foi o docente efetivo e sem concorrentes dessa disciplina entre 1938[6] e 1965[7]. Desdobrou essa disciplina em Modelagem e Escultura, conforme programa da ENBA.

Corona exerceu, por meio da sua ação pedagógica, a maior influência na elaboração de outras obras de arte. Ele escreveu várias vezes ‘deixei de ser escultor para formar escultores'. Uma das motivações era a reprodução institucional, como tarefa central da docente. Em relação a essa tarefa ele escreveu (1977:188) que “nossa precípua missão era a de preparar substitutos entre os nossos alunos formados para que nos substituíssem quando a hora chegasse”’. Como docente teve a felicidade de verificar que muitos dos seus discípulos realizaram uma 'carreira solo' na Escultura.


[1] - Seu pai havia vencido  cm  o 1o lugar no concurso internacional do projeto da catedral gótica para Porto Alegre. Fernando veio buscá-lo  em Porto Alegre em 1912. Mas foi ele quem acabou ficando, engajando-se no meio cultural porto-alegrense.  (Ver  BECKER, D. João. A Cathedral Metropolitana de Porto Alegre. Sétima Carta Pastoral. Porto Alegre: Selbach, 1919 73 p).  Fundou a sua própria oficina-empresa de escultura e modelagem, logo que os meios lhe permitiram. Além disso, trabalhava como desenhista de arquitetura em firmas de construção. Profundamente vinculado à vida cultural emergente na cidade, humanizando os prédios com esculturas e relevos. A imprensa recebeu colaborações dele, nas quais expôs as suas concepções estéticas, convivendo com personagens da Literatura, da Música, do Teatro e Imprensa.
[2] - “Corona era um arquiteto que participava do canteiro de obras e novas técnicas lhe interessam    Canez, 1998, p. 42.
[3]  -  Corona: Pérgola da Casa Palmeiro-Fontoura e  Corona: pórtico do Meridional.    Uma das poucas mansões familiares que ainda existe na Praça da Matriz ( (pr. Marechal Deodoro)  e quem no início dos século XXI abrigava a SEDAC ( Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul).  Segue-se a informação fornecida por Hélio Palmeiro Fontoura
[4] -  Livro de Atas n I, do C.T.A., f. 2f até 4f sessão do dia 25.04.1938 e f. 4v-5f e sessão de 28.04.1938.
[5] - Esse gesto destemido de Tasso foi retribuído, não só num trabalho didático inovador na instituição, mas foi muito mais longe,  como um entusiasta colaborador e um braço direito incansável na direção do Instituto. Essa colaboração recíproca chegou ao apogeu no momento da construção do novo prédio e na implantação do curso de arquitetura. Não é em vão que o busto de Tasso Corrêa, obra de Fernando Corona, esteja guarnecendo o hall de entrada do prédio do Instituto, testemunhado essa colaboração recíproca.       
[6] - Assina contrato coma UPA no dia 12 de maio de 1938.  Afinal aceitei e no dia 12 de maio de 1938, na reitoria do Dr. Aurélio de Lima Py, assinei contrato com vencimento de um conto e duzentos mil reis, que era igual ao dos demais catedráticos. Ora, eu ganhava um conto e oitocentos como arquiteto da firma Azevedo Moura & Gertum”. (Registro no Àlbum   nº II de Fotos de Aulas de Escultura):
[7] - Foi atingido pela aposentadoria compulsória no dia 26 de novembro de 1965, dia em completou 70 anos.
Estudantes  de Escultura e obra de Leda Flores - Foto Joaquim Fonseca para Revista do Globo Ano XXVI nº 695 de 27.07. 1957, p.
01-Maria de Lourdes DUARTE ALCALDE     02 – Cláudio CARRICONDE     03 – Leda FLORES -   04 Rosmarie BAGNIGG           05 Fernando CORONA.         06 –Lucienne SIBOURG CESAR       07 – Dione Marie  CRECCA         08 - Geci Helena FEELI
Fig. 10 –  A interação de Fernando Corona com intelectuais, empresários, comunicadores sociais, críticos e cronistas culturais permitiram aos estudantes generosos espaços na publicidade de eventos e a socialização de suas criações plásticas. A imagem acima é de uma reportagem estampada na prestigiosa Revista da Globo e realizada por Joaquim Fonseca. No ângulo superior esquerda desta foto (a) a obra “Ciranda” de José de Francesco[1]

18.7– Um docente com obras para mostrar

Não se defende aqui o pensamento e a lógica da didática de Fernando Corona. Pretende-se fixar, num texto, um momento de sua pedagogia que pertenceu tanto ao meio cultural que o acolheu, como à sua formação prática e teórica que o escultor transportou para a sala de aula. O docente tentava repassar aos seus estudantes as condições para que cultivassem a potencialidade para expressar a autonomia que a arte impõe. Como uma personalidade experimentada nas práticas das artes plásticas em Porto Alegre fazia com que o seu estudante assumisse o hábito do dever da integridade intelectual.


[1] - “Ciranda” obra de José de Francesco MARGS http://www.margs.rs.gov.br/catalogo-de-obras/J/16863/
Fig. 11 –  Os primórdios da aulas formais e coletivas de Modelagem e de Escultura ocorreram nos porões do sobrado do IBA-RS adaptado de uma antiga loja maçônica.  Se pedagogicamente seguiam o ritmo da ERA INDUSTRIAL do trabalho na linha de pesquisa, na produção, na propaganda e venda potencial externa. Na pedagogia de Fernando Corona a Modelagem seguia estritamente no seu planejamento, a entrega, a produção e a avaliação os ditames tayloristas industriais. Já a cadeira de Escultura era comandada pela lógica das antigas guildas de produção com o olhar e as mãos presentes de um mestre experiente e já com o nome formado externamente.

Uma dessas condições estava no novo meio cultural que a nova era industrial induzia a cultura intelectual de Porto Alegre. Nos registros escritos das suas aulas percebem-se as nítidas tarefas planejadas sob a influência taylorista[1]. Corona havia sido profissional de uma empresa de construção civil onde devia seguir rígido cronograma e planejamento preciso nos moldes tayloristas. Este planejamento estava em consonância com a nova formação que o paradigma da universidade brasileira estava perseguindo.


[1] TAYLOR , Frederick Winslow (1856-1915).  Princípios de administração científica. 7a . ed.  São Paulo : Atlas, 1980, 134 p.
PROVA de MODELAGEM no VESTIBULAR do CURSO de ARTES PLÀSTICAS c 1945 Foto ACHUTTI
Fig. 12 –  Com o crescente afluxo de candidatos ao campo das artes impunha-se um exame de seleção daqueles mais preparados técnica e conceitualmente.  Uma das áreas na quais o candidato tinha de mostrar esta competência era a de  Modelagem Na imagem um exame dessa competência realizada por volta do ano de 1945. Com o reconhecimento do CURSO SUPERIOR de ARTES PLÁSTICAS no IBA-RS nas esferas federais o paradigma a seguir era o universitário do Decreto Lei nº 19.851 de 11 de abril de 1931. Este paradigma exige o vestibular para ingresso num Curso Superior. Assim também se dobrava aos mandamentos de um sistema industrial com entrada (vestibular), desenvolvimento ( tábua curricular obrigatória) e sida (formatura). Fernando Corona foi agente ativo deste sistema escolar comandado pela ERAINDUSTRIAL


Corona implementou a disciplina Modelagem a partir de 1939. Esta disciplina nunca havia figurado em nenhum currículo de alguma escola de artes plásticas no Rio Grande do Sul. Ao examinar o tratamento e os procedimentos didáticos que o seu docente imprimiu à Modelagem, é possível identificar uma verdadeira linha de produção industrial e destinada a grandes grupos, com rígidos cronogramas em todo o seu desenvolvimento[1]. Corona valia-se do  modelo da “linha de montagem industrial” para o ensino da Modelagem para os grandes grupos de estudantes Já na disciplina de Escultura o tratamento dispensado ao estudante lembra  a oficina da “guilda”, com pequenos grupos e com a liberdade para cada integrante fazer o seu caminho dentro de seu próprio ritmo ao lado de um mestre consagrado. Este  o vinculava ao meio cultural e que Corona aplicava para os criadores individuais[2].


[1]  - O pesquisador evoca a sua experiência como aluno de Modelagem dessa disciplina, a qual  se submeteu  em 1958 (Modelagem I) e 1959 (Modelagem II) sob a orientação direta do catedrático Corona,  já no apogeu da carreira. O estudante não tinha acesso ao programa. Essa socialização do programa ao estudante parece não era costume nessa época. Mas em todos os passos era semelhante ao que será descrito. Os seus passos metodológicos desta estrutura e desta lógica ficaram profundamente gravados na memória do pesquisador. Era planejada e administrada progressiva e cumulativamente, dentro da racionalidade que permitia explorar espaços rigorosamente delimitados. Era ministrada para um grupo de 30 jovens recém admitidos ao curso superior e com formação heterogênea. Talvez a lição mais significativa das aulas de Modelagem foi a necessidade de ‘recortar um espaço limitado para expressar o ilimitado’.
[2] -   Ver o  resultados final de uma etapa de um ano escolar perfilado como uma linha de montagem
Fig. 13 –  Uma das imagens de um dos álbuns fotográficos de Fernando Corona evidencia o início do  processo da aprendizagem da Escultura da parte do seu estudante. É uma rigorosa aplicação dos preceitos taylorista neste processo de ensino aprendizagem Este estudante - candidato a artista - ainda esta heteronomia do seu mestre. Assim se submete a uma rigorosa preparação técnica. Ao concluir este processo de heteronomia resta-lhe o desafio da autonomia numa carreira solo e autônoma.  Neste momento irá provar as suas competências  para romper ou permanecer os limites das quais ninguém, além dele próprio, será responsável. Eventuais fracassos podem ser atribuídos tanto a despreparação do egresso como a sua inadequação ao meio ou este meio estar muito distante dos pressupostos e a infraestrutura necessária à ERA INDUSTRIAL o PÒS-INDUSTRIAL. Porém o exame -  de caso a caso -  dos egressos da aulas de Escultura de Fernando Corona mais casos de sucesso na carreira escolhida do que inadequação.

18.8– A disciplina de Modelagem ensinada na linha de montagem industrial.

A disciplina de Modelagem[1] foi colocada como introdutória e obrigatória para todos os alunos dos cursos técnicos e superiores de Artes Plásticas e de Arquitetura[2]. Ela estava intimamente ligada ao Desenho[3] e determinada pelo regulamento aprovado em 24.03.1939[4]. No mesmo artigo a Modelagem era classificada entre as disciplinas práticas do Desenho de Estátua e do Desenho de Modelo Vivo. Era desenvolvida em aulas com tempo limitado. O professor expunha, numa preleção, o tema e os objetivos a serem alcançados pelos estudantes dentro do mês letivo. O material compunha-se de uma prancheta de madeira grossa, sobre o qual era trabalhado o barro em placas. O estudante trabalhava de pé, enquanto o docente acompanhava a sua obra, dentro do rígido programa e projeto fornecido na preleção do início do mês. No Curso Superior a cópia pantográfica havia ficado para trás, pois era eliminatória no vestibular[5]. No final do mês era feita uma palestra diante das obras produzidas pelos estudantes. O docente retomava os objetivos que ele pretendia desses trabalhos. Dentro dessa proposta eram avaliados os resultados atingidos na obra, tanto no seu conjunto como individualmente. As obras individuais, depois de estudadas num confronto com o objetivo inicial do mês, eram hierarquizadas e atribuídas  notas de “zero” até “dez”. A nota era anunciada publicamente e justificada discursivamente. As obras eram destruídas depois[6].

18.9– A disciplina de Escultura ensinada no paradigma da guilda medieval.

A Escultura era específica do curso superior e uma das ênfases da graduação. O regulamento a classificava como ‘especial’, destinada a poucas pessoas que eram selecionadas pessoalmente pelo professor ao longo dos dois anos das aulas coletivas da Modelagem. A opção pela Escultura inviabilizava a opção pelas aulas de graduação da Pintura e da Gravura. O seu objetivo era formar um profissional especializado em Escultura e colocar este projeto ao nível da opção digna e nobre arte. Nesta dedicação exclusiva exigia uma carga horária extensa e que invadia o fim de semana, férias ou feriados. Esta dedicação exclusiva estava confiada ao ritmo do estudante. O respeito do professor pelas suas opções estéticas era irrestrito[7]. Na disciplina de Escultura ele passava a ser conselheiro e confidente do estudante. Essa autonomia dos discípulos de escultura foi sugerida pelo mestre Corona  quando ele escreveu (1977, p.108) que:

a nossa Escola de Arte não limita o aluno a seguir o academicismo em que a forma é estereotipada, convencionada, pois se trata de ensino individual, o aprendiz expõe ao mestre sua mensagem e este passa a ser seu conselheiro, indicando-lhe o caminho a seguir”.

Os métodos no ensino da Modelagem e da Escultura, adotados pelo professor Corona, esgotaram-se no seu próprio período. Os seus alunos, que o sucederam na sua cadeira, a partir de 1965, foram estimulados a adotar, para o trabalho tridimensional, outros procedimentos didáticos[8].


[1]  - Programas de Modelagem.
[2] - A partir de 1945 Fernando Corona fez uma adaptação da disciplina de Modelagem ao Curso Superior de Arquitetura do IBA-RS. Nessa disciplina ele enfatizava as habilidades que o arquiteto deve possuir e desenvolver. Ele subverteu nessa adaptação dessa disciplina, ao paradigma e metodologia da ENBA.
.
[3]  - Programa do Curso de Artes Plástico Pasta A-Z (discriminados a seguir)
[4]  - O Estatuto de 1939  do IBA-RS no “Cap. XIII, Art. 103 – VII – Modelagem:  A) –Primeira parte e composição de motivos em gesso;  B) – segunda parte: cópia e composição de motivo natural, O ensino deverá ser feito, quando possível, paralelamente ao da cadeira de Desenho”. Uma transposição literal do programa determinado pelo Decreto- Lei no 22.897 de 06.06.1933  do seu “Art. 14 VIII – Modelagem.A– Primeira parte: Cópia e composição de motivos em gêsso.B)  – Segunda parte: Cópia e composição de motivos do natural. O ensino deverá ser feito, quando possível, paralelamente ao da cadeira de Desenho.
[5] - O vestibular da época (1939-1965) do Curso de Artes Plásticas, compunha-se de uma prova de desenho figurado, desenho geométrico básico e uma prova de modelagem em argila. Essa última era uma cópia de um motivo clássico de algum relevo clássico. Essa cópia rigorosa avaliava a capacidade técnica do aluno para reproduzir em volume, forma e proporção um baixo-relevo de um motivo clássico apresentado em gesso. O regimento de 24.03.1939, no seu artigo 101, letra f) exige para o ingresso no curso superior: “certificado de aprovação em exame prévio, no Instituto, de Desenho Geométrico, Desenho Figurado e Modelagem”.
[6] - Em casos de trabalhos mais originais eles eram copiados por moldes ensinados pelo mestre.

[7] - Num depoimento informal o escultor Luiz Gonzaga, ele comentava as rigorosas exigências do seu professor de escultura, Fernando Corona, ressaltando que esse professor nunca tocou nas suas opções estéticas e os temas que escolhia.
[8]  - Programa de Cerâmica –Terra Cota Profª Maria Anita Linck {160Progr}

Fig. 14 –   Fernando Corona sentado em frente a um grupo de estudantes de arte nas estradas das visitas às cidades históricas de Minas Gerais e da Bahia. Viagem de estudos, produção de registros de imagens, textos e amplamente divulgados nos jorna\ais do Rio Grande do Sul Bahia, e Minas Gerais. O grupo legalmente foi constituído na Associação de Arte Araújo Porto-alegre e teve o apoio pessoal dos três governadores dos três estados brasileiros. Esta viagem de estudos permaneceu três meses. Produziu e expos na três capitais que financiaram esta ação.

Coerente, também ele se colocava como eterno aprendiz. A dúvida, a inquietação e a certeza de que o problema não existe para ser resolvido, mas faz caminhar na busca da verdade. Neste “CAMINHO nas ARTES” - como Corona intitulou um dos seus livros - ele sofreu profundas mudanças. Mudanças perceptíveis nas suas concepções estéticas sobre a arte da Escultura. Dúvidas, problemas e mudanças que experimentava antes e que ele incorporava após a atualização da sua inteligência e fazia experimentar  pelos seus estudantes no exercício do magistério. Nas infinitas buscas de atualização da sua inteligência, Corona não escondia as suas próprias descobertas, repartindo-as generosamente nas aulas e como cronista de arte na sua coluna no Correio do Povo[1]. Após passar pelas influências classicizantes da década de 1930 e do forte regime do Estado Novo, ele tornou-se um guia das Bienais de São Paulo, apontando as mudanças plásticas que e Escultura sofria depois da Segunda Guerra Mundial. Acompanhou a atualização da vida da arte até a década de 70, mantendo-se aberto à introdução de novas tecnologias e concepções possíveis para obras tridimensionais. Mas nunca as afastou das concepções construtivas dominadas efetivamente por aqueles que as criavam. Corona (1977, p. 225) escreveu:

sempre defendi um princípio importante na elaboração das Artes Visuais. O sonho do artista criador começa na cozinha, isto é o laboratório onde artesanalmente se prepara o material a ser empregado na obra, seja pintura, escultura, gravura, cerâmica ou tapeçaria. Vale dizer, o artesanato é base de tudo”.

A sua ação não se limitou á estética. As mudanças políticas, nas quais participou e liderou, transformam-no num verdadeiro ‘guru’ na comunidade universitária[2].


[1] - Uma seleção dessas crônicas foi publicada em  CORONA, Fernando. Caminhada nas artes: 1940-1976. Porto Alegre: UFRGS-  IEL/DAC/SEC-RS,  1977, 241 p.

[2] - Depoimento informal de Hélio Trindade, reitor da UFRGS (1992/96), que na época de estudante presidia movimentos estudantis em cujo meio encontrava frequentemente envolvido o veterano mestre. Ainda em 1997 a sua ex-aluna e pintora Alice Bruegmann (1917-2001) o denomina ‘a Corona aquele amigão’. (BRUEGMANN, Alice. Catálogo da exposição UNICULTURA-UFRGS.CEF  Porto Alegre, 26.06 - 25. 07.1997.)
Fig. 15 –  O prédio do  atual Instituto Flores da Cunha foi concebido e executado ao longo dos anos de 134 e 1935  com projeto e supervisão direta e pessoal de  Fernando Corona. Porém, antes de ser instituição escolar foi o Pavilhão Cultural do Rio Grande do Sul da Exposição do Centenário Farroupilha,  aberta no dia 20 de setembro de 1935.

18.10– A defesa da técnica e da segurança institucional

Consciente do espaço inaugural de sua ação, ele não descurava da segurança para que essa disciplina erudita, com exigências de toda ordem, tivesse condições para se reproduzir. Sabia que num ambiente de carências básicas da população, não havia espaço para grandes veleidades conceituais de um conhecimento de técnicas, de espaço e de materiais artísticos adequados ao novo tempo industrial. Para que a instituição pudesse deflagrar um verdadeiro processo civilizatório era essencial à proposta defendida com clareza e redundância, Corona escrevia (1977, p.109) que:

 “a nossa escola de arte formará artistas, com aprendizagem básica do artesanato, condição essencial para adquirirem consciência sólida que possa colocar em alto grau de conhecimento, reversíveis no processo cultural para o enriquecimento do nosso patrimônio artístico.”

Corona expressava, nesta frase a sua sintonia com a teleologia imanente no projeto civilizatório implementado pelo Instituto. Ela previa na sua disciplina escolar um lugar para exercer o papel civilizatório, suprindo a cultura local básica da falta total de outras instituições, como museus, bibliotecas e ateliês de arte abertos aos estudantes.
Fig. 16 –  O prédio,  da projetada Universidades das Artes em Porto Alegre, foi concebido, em 1947, por Fernando Corona. Compunha-se de um Teatro Municipal, uma torre central das salas de aula e administração que foi  construído. Na esquina ficava a Pinacoteca e o Museu de Arte que não se concretizaram. Na concepção de Tasso Corrêa este prédio materializaria não só a Universidade das Artes, mas, também, a existência de um Ministério das Artes a nível nacional. 



A disciplina de Escultura, inaugurada pelo mestre Corona, NÃO entrava num vácuo da tábua curricular, produzindo uma simples excrescência escolar e sem vínculos institucionais. O seu fundamento geral era o Desenho como capacidade de designar a obra mentalmente, antes de ela existir no mundo físico. Caminhava paralelamente com o repertório de seu público e procurava a competência para lidar com espaço da Arquitetura e do Urbanismo. A Escultura era um campo aberto pelo IBA-RS na erudição local, capaz de dialogar e formar pontes com outros saberes como a Arquitetura e Urbanismo. Com essa disciplina, o Instituto contribuiu decisivamente para consolidar, em nível erudito e institucional no sul do Brasil, uma das mais amplas e consistentes expressões de saberes a quem as mais adiantadas civilizações confiaram a tarefa para dar forma as suas mais altas expressões. Pode-se verificar isso tanto na obra plástica dos seus discípulos como nos ambientes educativos que esses discípulos geraram na cultura sul-rio-grandense[1].


[1] - Uma pesquisa que ainda não foi realizada é  dos dois álbuns  que Fernando Corona deixou  em relação  às suas aulas de Escultura e seguir os passos posteriores dos seus estudantes..
Fig. 17 –  Os grupos de profissionais, de professores e de estudantes que se constituíram no âmbito do primeiro curso superior, especifico e autônomo de Arquitetura e Urbanismo no Rio Grande do Sul teve em Fernando Corona um motivador,  um apoio decidido e uma camaradagem que se propagaram em cursos semelhantes do Estado e do Brasil . Na foto acima o vemos sentado a frente e entre os seus pares. Na mesa do bar do IBA-RS está Eugen Steinhoff  (sentado e de perfil), seguido de Tasso Corrêa, Maurício Cravotto ( sentado no ângulo da mesa), Athos Damasceno Ferreira,  Ildefonso Arrosteguy (Uruguai) e Fernando Corona (sentado de perfil na frente da mesa).

Por meio das disciplinas que se instalavam e registradas por Fernando, pode-se acompanhar a emergência e as normas possíveis no campo artístico sul-rio-grandense. Corona justificava a sua atividade didática quando escreveu (1977: 188) que éramos em 1938 apenas seis professores a reger nove disciplinas nos moldes da Escola Nacional de Belas Artes fundada por Dom João VI”. Essa frase mostrava, o mesmo tempo, a sua busca de um vínculo com a primeira instituição de ensino formal das artes plásticas do Brasil. Esta frase expressa também a busca das origens do projeto civilizatório sul-rio-grandense, pelo Instituto, privilegiando, no momento, a área das Artes Plásticas.
01-Leda FLORES;  02 Fernando CORONA;  03-Dorothe PINTO SILVA;  04 –Teresa CORRÊA GOMES GRUBER; 05-Cristina Helfensteller BALBÃO
06-Alice Ardohin SOARES (autora desta pintura)
Fig. 18 –  A geração de escultoras - proveniente do atelier do mestre Fernando Corona-  fez carreira e formou o seu nome individual no âmbito da cultura sul-rio-grandense d Esta nova geração estava  concretizando o projeto da maturidade do mestre de “DEIXAR de ser ESCULTOR para FORMAR ESCULTORES”.


Foi agente ativo e politico em Brasília para a integração definitiva do Instituto de Belas Artes na Universidade Federal do Rio Grande do SUL. Lutou brava e pessoalmente, em Brasília,  ajudado pelo seu estudante Luís Carlos Maciel nos trâmites legais nas comissões da Câmara, Senado. O processo chegou ao Primeiro Ministro Hermes Lima e ao Presidente João Goulart que assinaram o Decreto Federal nº 4.159[1], de 30 de novembro de 1962, em época do curto período do parlamentarismo brasileiro.

Após dez Anos Jubilado foi chamado à Reitoria da UFRGS  para receber, no dia 25 de setembro de 1975, o Título de Professor Emérito ao lado de Tasso Bolívar Dias Corrêa. A tramitação havia sido aprovada, no Conselho Universitário, no dia 05 de junho de 1975, pelos pareceres favoráveis de nº 27/75 e 28/75.  


[1] - Publicado no Diário Oficial de 04 . 12 . 1962 e assinado por João Goulart, Hermes Lima, Miguel Calmon  e Darcy Ribeiro
Fig. 19 –  O pórtico do atual CENTRO CULTURAL SANTANDER foi concebido pelo mestre escultor Fernando Corona. Certamente a coincidência entre a cidade da origem deste mestre cantábrico e nome da instituição cultural são promessas de interação entre ambos. Nomes que se cruzam  e se conjugam na ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL e juntos constituem promessas e sementes. Promessas de uma civilização cujos valores maiores são constituídos pela ARTE e os universos simbólicos necessários para o cultivo de sementes do pertencimento. O ARCO de TRIUNFO é um símbolo universal desta promessa desta passagem entre o limite do universo externo e interno, entre o passado e promessa do futuro e entre a barbárie e a promessa da civilização.

18.11– A memória da obra e da pessoa de Fernando Corona.


Além de seus registros e textos pessoais, existem poucos estudos sistemáticos da sua obra arquitetônica[1], escultórica, monumental do docente e do cronista da sua época.  Ao longo do tempo também não se registraram renascimentos e valorizações periódicas da obra estudada, como ainda não houve tempo de uma valorização da obra do mestre. A maioria das suas obras está no lugar original na qual o artista a criou. Tanto pela sua finalidade pública como pela falta de um estudo sistemático  esta obra migrou, em raros casos, para um museu.

A presente narrativa contou com o apoio logístico dos textos e os registros fotográficos disponíveis no Arquivo d Instituto de Artes da UFRGS. O grande público ainda está privado da reversibilidade a esses documentos primários. .A possibilidade do aprofundamento do estudo da disciplina de Escultura no IBA-RS deve-se aos abundantes registros escritos deixados por Fernando Corona. Ciente de si mesmo, de seu meio, das carências, do menosprezo pelas pesquisas e de queimas de documentos e de etapas atou como verdadeiro produtor pioneiro para este meio. Ciente dessa riqueza da massa documental, resumiu  a carência de agentes no Rio Grande do Sul que se dedicam ao seu conhecimento e à sua reflexão, afirmando(1977 p. 166.) que :

nunca tantos deverão ficar ignorantes de tão poucos, pois a história na seara das Artes, ainda está para ser contada desde Araújo Porto-alegre e Pedro Weingärtner até os últimos talentos que despertam nas artes plásticas e na arquitetura”. 


                       No contraponto nenhum destes poucos pode se separado deste contexto e das circunstâncias da época, do lugar e da sociedade. Há necessidade também de uma visão de conjunto do círculo sincrônico da estirpe de intelectuais sul-rio-grandenses na qual se inscreve Fernando Corona. Isto não impede contemplar, estudar e divulgar a explosão solitária e única do pensamento e obras de cada membro deste círculo. Explosão solitária que lança luzes e energias que revelam e iluminam circunstâncias, pessoas e obras deste período. Explosão solitária que lança energias e luzes que podem serem conferidos na amostra de alguns registros de Fernando Corona depositados no Arquivo Geral do INSTITUTO de ARTES da UFRGS.



[1] CANEZ, Anna Paula, Fernando Corona e os caminhos da arquitetura moderna de  Porto Alegre. Porto Alegre : Faculdades
              Integradas do Instituto Ritter dos Reis, 1998. 209p. ilust.
Fig. 20 –  Os cadernos de mestre Fernando Corona são de um aprendiz perpetuo e incansável. O catedrático de Escultura, de Modelagem e de Arquitetura mantinha apontamentos pessoais e álbuns fotográficos, além dos registros burocráticos. São documentos raros além de documentarem as origens, do ensino em curso superior  rio Grande do Sul as cadeiras de Escultura, da Modelagem e Maquetes para estudantes de Arquitetura.


OBRAS ESCRITAS de FERNANDO CORONA

     Antes de iniciar qualquer pesquisa sistemática em relação ao professor Fernando Corona, localizou-se o que foi possível da sua obra escrita. A seguir relacionam-se  amostras da sua obra escrita encontrada na bibliografia impressa, o que estava disponível  em 1993 no gabinete do GEDAB (Gabinete de Estudos de Arquitetura Brasileira) da Faculdade de Arquitetura da UFRGS e na Biblioteca do Instituto de Artes da UFRGS. A maioria estava em ótimo estado.

     Além dessas supõe-se a existência de outros escritos que poderão ajudar a dimensionar a produção conceitual do professor. Muitos deles foram localizados nos registros de aulas dadas, atas do CTA (Conselho Técnico Administrativo) do IBA-RS e atos administrativos diversos, confiados ao AGIA- UFRGS (Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS).

OBRAS PUBLICADAS.
CORONA, Fernando (1895-1979). Fídias, Miguel Ângelo e Rodin: tese de concurso  para   professor catedrático de escultura e modelagem do Instituto de Belas Arts da Universidade de Porto Alegre. Porto Alegre: Imprensa oficial, 1938, 83 p il.

-----------------Ismos: arte contemporânea (aula inaugural do IBA-RS em 03.03.1947 – Anexa Carta de Atenas). Porto Alegre: Instituto de Belas Artes, 1947, 29 p

------------------«50 anos de formas plásticas e seus autores». in Enciclopédia Rio-Grandense. Canoas : Regional, 1956,  v. 3,  pp 217-70

------------------A escultura do século XX. Porto Alegre: Faculdade de Arquitetura da URGS. Palestra dia 19.09.1958, 27 f (mimeo)

----------------«Cem anos de formas plásticas e os seus autores» in Enciclopédia Rio-grandense: o Rio Grande Antigo. Porto Alegre: Sulina. 1968,  v. 2,  pp. 143-164.

----------------Amêndoas e mel: Crônicas de Espanha. Porto Alegre: Sulina, 1969  139 p.

---------------- Palácios do governo do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : CORAG, 1973, 44 p. il col.

----------------Caminhada nas artes: 1940-1976. Porto Alegre: UFRGS- IEL/DAC/SEC-RS,  1977, 241 p.

ALGUNS MANUSCRITOS do PROFESSOR CORONA
(Cedidos ao prof. Dr. Günter Weimer por Eduardo Corona filho de Fernando Corona e professor da FAU da USP. O prof. Dr Weimer colocou estes manuscrito a disposição deste pesquisador, no ano de 1993, no âmbito do Gabinete de Estudos de Documentação da Arquitetura Brasileira (GEDAB).Faculdade de Arquitetura da UFRGS. Os originais retornaram para a posse dos descendentes da Família Corona)

CAMINHADA de FERNANDO CORONA: Tomo I. 01 de janeiro de 1911 até dezembro de 1949 – donde se conta de como saí de casa e aqui  fiquei para sempre: nasci num lugar e renasci em outro onde encontrei amo
                                                                                Tomo I  604 f.
Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 1  )

CAMINHADA de FERNANDO CORONA. Tomo II 1945/49-1953. um homem como qualquer: renascer em um lugar e renascer em outro
                                                                                 Tomo II  220 f.
Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 2  )

EUROPA 1952 : notas de viagem ; 1o caderno                         195 p.
   Porto Alegre 16.01. 1952 – Veneza 09.04.1952.
Folhas de caderno xadrez:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 5  )

EUROPA 1952: notas de viagem 2o caderno                             205 p.
    Roma 11.04.1952  - Porto Alegre 29.07.1952
Folhas de caderno xadrez:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     (  6 )


COISAS MINHAS : Viagens 1956  1959                                   139f.
Folhas sem linhas em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 7  )

COISAS MINHAS : Viagens 1960  1963                                     139 f.
Folhas de linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 8  )

VIAGEM a CUBA – 1962 notas de viagem                                  199 f.
Folhas de linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 9  )

COISAS MINHAS : 1962 1965 Brasília e outros alpistes            85 f.
                06.08. 1962    26.11.1965.
Folhas sem linhas caderno simples:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 10  )

COISAS MINHAS : 1964, 1964, 1966                                          153 f.
  Férias de Verão 05.01.1964    22.08.1966
Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 11  )

350 DIAS na ESPANHA  1966  - 1967                                           293 f.
                                   26.11.1965      20.07.1967
Folhas com linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 12  )

COISAS MINHAS : 1967  1968 1969                                              193 f.
Folhas xadrez em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 13   )

COISAS MINHAS : 1969          1970                                                128 f.
28.08.1969          28.03.1970.
Folhas brancas em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
 Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 14  )

COISAS  MINHAS : 1970  1o caderno                                                204 f.
                 29.03.1970    - 01.09.1970
Folhas de linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 15  )

COISAS   MINHAS : 1970-1971 2o caderno                                           168 f.
01.09.1970             05.11.1971
Folhas de linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 16  )

COISAS   MINHAS : 1971  1972                                                              190 f.
12.11.1971                 06.09.1972
Folhas de linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 17  )

COISAS  MINHAS : 1972   1973                                                             379 f.
                          07.09.1972      03.07.1973
   Folhas de linhas  simples em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 18  )
                       
COISAS  MINHAS : 1973   1974                                                              208 f.
04.07.1973                 10.03.1974
Folhas de linhas simples em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
 Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 19  )

VIAGEM à ESPANHA  1974                                                                   318 f
Folhas xadrez em caderno espiral ilustrado:  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 20  )

VIAGEM aos INCAS  1955  1956                                                              88  f.
Folhas de linha xadrez – caderno simples:  210 mm X 149 mm.
Arquivo GEDAB              Faculdade de Arquitetura.  UFRGS                                      ( 6  )

RECORTES CURIOSOS  1973 – 1979                                                     173 f.
Folhas de linhas xadrez em caderno espiral:  210 mm X 149 mm.
Colagem de diversos materiais impressos.
 Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 3  )

MINHA JORNADA  1974  1975                                                                 368 f.
                               7.10. 1974  a 06.06.1975
Folhas de linhas simples em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 21  )

MINHA JORNADA. Viagem ao Rio 1974  1976                                          186 f
                  07.06.1975   09.04.1976
Folhas de linhas xadrez em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 22  )

 MINHA JORNADA  1976        1978                                                            36 0 f.
                           11.04.1976  a 27.02.1978
Folhas de linhas simples em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     ( 23  )

MINHA JORNADA   1978 1979                                                                    197 f.
                       28.02.1978 – 19.06.1979  Corona  falece em 22.06.1979
Folhas com linhas simples em caderno espiral :  210 mm X 149 mm.
Original de propriedade dos descendentes da família Fernando Corona                                     (  24 )
Fig. 21 –  A obra de Fernando Corona foi concebida, elaborada e divulgada  nas circunstâncias e limites da ERA INDUSTRIAL. Se existe algo urgente é fazer com a memória das suas concepções, informações relativas às suas múltiplas obras migrem para a ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL.  A cada época, lugar e sociedade correspondem narrativas coerentes com as suas origens e com a reversibilidade devida segura e econômica para as fontes estejam onde estiverem e tenham o suporte que tiverem.

ÁLBUNS de AULAS e sua DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA.
       ESCULTURA dos ALUNOS do  INSTITUTO de BELAS ARTES                                                                                     
Álbum no 1 contém fotos e escritos de 1938 até 1956
99 folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com  332  fotos coladas
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

                                                                                 
ESCULTURA dos ALUNOS do  INSTITUTO de BELAS ARTES
Álbum no  2  contém fotos e escritos  de 1957 até 1965
71 folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com 167 fotos coladas 
    Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS          
      http://www.ufrgs.br/arquivo-artes/icaatom/web/index.php/?sf_culture=pt                                                                  

CURSO de ARQUITETURA : Cadeira de MODELAGEM.
21.09.1955  + Viagem a Europa   1952
Documentário fotográfico de 1946 – 47 – 48 – 49 – 50 - 51
Folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  como fotos coladas.
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 


CRÔNICAS e CRÍTICAS JORNALÍSTICAS
(MAIORIA PUBLICADA NO CORREIO DO POVO POA - RS)

CRÔNICAS – CRÍTICAS etc  1944 – 1959
07.05.1944 Iberê Camargo  - 28.11.1959  5a Bienal                                 86 f
Folhas de   283 mm X 210 mm. Com recortes de jornais colados.
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

CRÔNICAS de JORNAIS  1961  - 1966
Folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com textos colados
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

CRÔNICAS de JORNAIS  1967  1973
Folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com textos coladas
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

CRÔNICAS e PUBLICAÇÕES 1974  - 1976
Folhas de arquivo: 297 mm X  210 mm  com textos colados.
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

CRÔNICAS do EDIFÍCIO JAGUARIBE e CRÔNICAS JORNALÍSTICAS
Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm.
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

MEMÓRIA: palácio Episcopal de Santa Maria - RS                                                 3 f
Folhas de  210 mm X 149 mm. Datilografadas e crônicas recortadas e coladas.
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

ARQUITETURA e ESCULTORES: 50 anos de forma plásticas e seus autores     53 f.
Folhas de arquivo:  210 mm X 149 mm. datilografadas
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

PROJETOS ARQUITETÔNICOS.

INSTITUTO de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL e
PROJETO do PRÉDIO da UNIVERSIDADE de ARTES 1947
Projeto das atuais instalações inaugurada no dia 01 de julho de 1943.
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 

Quatorze pranchas : cortes, elevações e perspectivas
Documentos do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS 
Documento do ARQUIVO  do Instituto de Artes da UFRGS
Fig. 22 –  A obra de Sônia EBLING, apresentada e aceita pelo 1ª Bienal de São Paulo, consta num dos álbuns de seu mestre Fernando Corona. Documentos da fortuna de uma das estudantes da cadeira de Escultura. Caberia um estudo documental, uma pesquisa sistemática e divulgação dos caminhos, obras e realizações pessoais destes estudantes de Fernando Corona. Certamente não constituem prosélitos, discípulos ou uma escola coesa e unitária. Como seu mestre, estes estudantes, responderam autonomamente ao seu TEMPO, seu LUGAR e o sua SOCIEDADE.

FONTES BIBLIOGÁFICAS

CANEZ, Anna Paula, Fernando Corona e os caminhos da arquitetura moderna de  Porto Alegre. Porto Alegre: Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis, 1998. 209p. ilus

FRANCESCO, José de. Reminiscências de um artista. Porto Alegre; s/editora. 1961.

SIMON, Círio. Conceito pedagógicos de Fernando Corona (1895-1979) in Artes plásticas no Rio Grande do Sul: pesquisas recentes – Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1995, pp.63-83
TAYLOR , Frederick Winslow (1856-1915).  Princípios de administração científica. 7a . ed.  São    Paulo : Atlas, 1980, 134 p.


FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS da PRESENTE POSTAGEM

PINACOTECA BARÃO de SANTO ÂNGELO
BORGES de MEDEIROS  Máscara cubista de B. de Medeiros, 1924  gesso  34 x 21 x 20 cm


ARQUIVO do INSTITUTO de ARTES da UFRGS

RESIDÊNCIA de FERNANDO CORONA
Luís Fernando Corona

Constantin BRANCUSI (1876-1957) Mademoiselle POGANY

Rudolf BELLING (26.08.1886 – 09.06.1972)
 obra
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