domingo, 29 de março de 2015

ESTUDOS de ARTE 012.

ARTE, ESTÉTICA e METAFÍSICA

Veríamos desaparecer completamente todas as artes, sem esperança alguma de retorno, sufocada por esta lei que proíbe toda pesquisa”.
Platão escreveu ( 1991, p.417)

A presente postagem investe em reflexões do campo da ARTE. Estas reflexões apenas desejam distinguir as forças do campo de da ARTE do nobre campo da METAFÍSICA. As energias de ambos os campos  possuem autonomia própria, lógica interna e coerência externa específicas.
Fig. 01 – O indivíduo isolado e exprimido entre os mitos universais e seu próprio EGO.  Mitos gerados pela METAFÍSICA e ESTÉTICA e os mecanismo de fuga do indivíduo que se percebe na maior solidão no meio das  multidões urbanas e agarrado  ao EU singular e separado. Nesta solidão perde também qualquer sanção moral dos seus atos e pode ser ojeto de descarte a qualquer momento..


O objetivo em relação ao campo da ARTE é prevenir causas da sua heteronomia e afirmar a sua autonomia. Causas da heteronomia da ARTE decorrentes da  invasão, desqualificação e saque em nome de interesses pouco claros. Interesses e concepções que a mitificam ou naturalizam concepções[1]. As naturalizações loteiam o campo da Arte e cravam nas suas costas alfinetes de posse. Mitificações que atribuem generalidades, propaganda e marketing de algo que os produtores de arte nunca quiseram ser[2].



[1] Ver em   HABERMAS,  Jorge..  Conhecimento e interesse. Rio de Janeiro: ZAHAR,1982.  367p o papel determinante do interesse

[2] - Para a ampliação do conceito de SER - expresso pelo ENTE  no seu TEMPO  recomenda-se HEIDEGGER, Martin. (1889-1979)  SER e TEMPO. Tradução e organização de Fausto  Castilho (1929- ).- Campinas SP: Editora da Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora. Vozes, 2012, 1199 p ISBN 978-85-268-0963-5

François-Auguste BIARD - Quatro horas no Salão - encerramento 1847
Fig. 02 – A era industrial transformou a ARTE em produto de massa.  O critério de sua avaliação deixou de ser intrínseca e se rege pelos números e numerário de sua recepção. Não importa a qualidade do público. O artista desta obra andou durante dois anos no Brasil e do qual fez uma amarga narrative e ilustrou com imagens pouco lisonjeiras.

Nos primórdios da era industrial Alexander Gottlieb BAUMGARTNER introduziu o termo ESTÉTICA no campo da Filosofia. Agia motivado e com os interesses da Razão e dos objetivos práticos da indústria e da produção em série. Como pioneiro foi seguido por uma serie de pensadores que perceberam o fracasso deste projeto inicial, o corrigiram e o continuam a consolidá-lo. Neste meio tempo ficou cada vez mais evidente a distinção entre o conceito de  “BELO” e de “OBRA de ARTE” como campos com sua próprias energias e autonomia especifica. 
KUNST OHNE WERK - Kunstforum nº 152 - Outubro- Dezembro de 2000 -Arte sem-obras - Estéticas sem intenção

Fig. 03 – A METAFÍSICA e a ESTÉTICA equivocada mente  conduzem a ARTE para o terreno no qual perde qualquer signo sensível aos sentidos humanos. No contraditório esta ascese - da obra física sensível aos sentidos humanos - permite retornar ao SER HUMANO que é a FONTE da ARTE.
Porém cabem dúvidas se de fato não é uma mediação malograda e até mal intencionada.

O seu equívoco deu sinais na obra do filósofo Hegel ao propor um ecleticismo de meio termo
Há dois métodos distintos e opostos para seguir na indagação sobre Arte. Um é empírico e histórico:  tenta obter do estudo das obras primas das Artes as regras críticas e os princípios artísticos.  O outro é racional e a priori:  eleva-se imediatamente ao ideal e deduz dele as leis gerais. Aristóteles e Platão representam ambos os métodos.  O primeiro conduz a uma teoria estreita, incapaz de compreender a Arte na plenitude. O segundo isolando-se nas alturas da metafísica, não sabe descer de lá para se aplicar as artes particulares e apreciar suas obras. O verdadeiro método consiste na reunião destes procedimentos, na sua conciliação e emprego simultâneo.  Ao conhecimento positivo das obras de Arte, devem unir-se a reflexão filosófica e a capacidade de compreender suas características e leis imutáveis.
HEGEL Jorge Guilherme Frederico(1770-1831). De lo Bello y sus formas (Estética) Inroduccion  -II Método a seguir en la inadagación filosófica de  lo bello y dela Arte Buenos Aires  : Esoasa Calpe Argentina (Coelçaõ Austra Volume extra) 1946, p. 33. 
Louis-Leopold BOILLY - público no balcão gratuito do teatro  -  1830
Fig. 04 –  A obra de arte completa-se com o seu observador. A era industrial introduziu o conceito de “consumidor”.  Este conceito industrial resulta de um sistema de arte que possui as três etapas da ENTRADA - ELABORAÇÃO -  CONSUMO. Estabelece-se a falácia  do consumo  pela qual se avalia numericamente quanto maior a multidão arrebanhada melhor o “produto”.  .

Ao recuar para o pensamento de Aristóteles este identifica na sua obre Ética à NICOMANO ( 1973: 243 114a 10 ) ele percebe na  Arte (tekné) uma forma de produzir comandado pelo reto raciocínio
É idêntica a uma capacidade de produzir que envolve o reto raciocínio. Toda arte visa a geração e se ocupa em inventar e em considerar as maneiras de produzir alguma coisa que tanto pode ser como não ser, e cuja origem está no que produz, e não no que é produzido. A arte não se ocupa nem com as coisas que são ou que se geram por necessidade, nem com as que fazem de acordo com a natureza. A arte é uma questão de produzir e não de agir.
ARISTÓTELES (384-322). Ética a Nicômano. São Paulo: Abril Cultural1973. 329p
Joseph BEUYS - O fim do século 20 - 7000 carvalhos -  Documenta 7 -   1982-3-
Fig. 05 –  A concepção  industrial de “consumidor” foi vivamente exposto e questionado pelos aristas da últimas gerações  As obras desta geração  questionam os mitos gerados pela METAFÍSICA e ESTÉTICA que invadiu as competência da ARTE pela porta da era industrial.  Retornam aos meios sensoriais mais diretos, afirmando a sua autonomia sem oferecer grandes vínculos e leituras fáceis e unívocos comandada pela lógica cartesiana.

Antes de Aristóteles a autonomia da Arte já havia reivindicado por Platão[1] inclusive política e normativa externa ao se campo de forças. Assim Platão escreveu ( 1991, p.417) que:
veríamos desaparecer completamente todas as artes, sem esperança alguma de retorno, sufocada por esta lei que proíbe toda pesquisa. E a vida que já é bastante penosa, tornar-se-ia então totalmente insuportável

Nesta sentença percebe-se em Platão a preocupação e a atenção com as forças dos limites e das circunstâncias políticas, econômicas e sociais a que a liberdade de pesquisa do artista está sujeita.



[1] PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg  1º volume . São Paulo : Difusão Europeia do Livro, - 1985 - 238 p.   http://pt.scribd.com/doc/36631268/A-Republica-Platao-Vol-I
Maurizio CATTELAN  -Rotunda GUGGENHEIM  NYT 08.11.2011
Fig. 06–   O círculo ordenador rompido pelo caos,  contrapõe a ABSTRAKTION nórdica desafiado pelo EIFÜHLUNG do arista italiano É flagrante  que só a experiência dos sentidos humanos   possibilita esta percepção e que os signos simbólicos  - usados pela METAFÍSICA e ESTÉTICA - não dão conta desta contradição criativa.

Evidente que as leis políticas e econômicas só possuem livre curso e devastam o campo da Arte caso não ofereçam resistência interna suficiente para afirmar a autonomia deste campo[1]. Mas as leis mais penosas de vencer são aquelas procedentes de campos ideológicos que se dizem a razão de ser de universidades, academias e círculos de iluminado. Estas não penetram na mente do artista, mas já se alojaram  subliminarmente no seu coração e sua vontade. Esta heteronomia é especialmente feroz na vontade, no conhecimento e nos sentimentos do estudante. Ela ainda não desenvolveu uma imunização eficaz e anticorpos contra esta incubação interna e invasão externa[2].



[1] Ver em    DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:  Flammarion 1991.
uma das formas para construir esta resistência na ARTE

[2] Contra esta colonização da mente e da obra do artista convém retornar para MARITAIN, Jacques. La responsabilité de l’artiste.  Paris: Arthème Fayard, 1961.121p

Joseph-Noël Sylvestre O saque de Roma pelos bárbaros em 410, , 1890
Fig. 07–   O confronto das concepções ESTETICAS do mundo nômade contra a ESTÉTICA dos povos sedentários Estes gestos demolidores  repetem,  até o presente, na demolição da estátua de Sadam Hussein, no Iraque, ou nos pichadores e demolidores de monumentos entra a sua raiz no NÃO PERTENCIMENTO

ecleticismo, ao estilo de Hegel, parece ser o melhor  caminho para a fortuna desta heteronomia do campo das energias da Arte. O ecleticismo que devasta e corrompe para objetivos estranhos à vontade do candidato á artista. A falta de limites entre ARTE,  ESTÉTICA e METAFÍSICA devasta qualquer competência mal instruído, fundamentada e municiada[1].



[1] _ Pare entender esta devastação da autonomia no plano moral e sanções atinentes à renuncia das deliberações e decisões sobre seus próprio ato convém consultar e ler  KANT, Emmanuel (1742-1804). Crítica da razão prática. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.  255p

  
Anselm KIEFER - Caminho do mundo - a batalha dos Hermanns - 1980
Fig. 08–   A complementariedade entre os antagônicos da NATUREZA e o MITO dos GÊNIOS HUMANOS num mesma obra do arista KIEEFER. Obra concebida a partir das experiências do autor no âmbito fortemente mitificado e muitas vezes refém da PROPAGANDA e MARKETING POLÍTICO, CULTURAL e ECONÔMICO encontra o seu polo numa floresta e em paisagem devastada pelo mito e utilitarismo pragmático.

A era industrial necessitou desta devastação e reducionismo do campo das energias da Arte para impor produtos “interessantes, convincentes e únicos” e com características forçadas de linearidade e univocidades. Nunca como antes esta era industrial buscou sistemas unívocos e lineares a serem impostos para a Arte. Estas normas da era industrial  conseguiram a façanha de hibridar e tornar resistentes estes transgênicos conceituais. Certamente a METAFÍSICA baixou do seu Olimpo para ajudar nesta tarefa inglória e esterilizante da ARTE.
Anish Kapoor LEVIATHAN 2012

Fig. 09–   O objetivo de muitas manifestações estéticas é buscar, condicionar os sentidos humanos e os separar da Natureza imponderável e ilógica  PATRIMÔNIO que a HUMANIDADE acumula por esta manifestações artísticas lhe permitem o salta da REFLEXÂO e o CONHECIMENTO de si mesmo. Na medida em que sentidos humanos se conectam correta e coerentemente com a INTELIGÊNCIA HUMANA o saber ESTÉTICO e a METAFÍSICA possuem energia para construir a sua autonomia e identidade  

Na medida em que a Arte busca a sua autonomia os seus produtores tiveram de contornar regimes políticos, ideologias e patrulhamento religioso e econômico.
A imposição de arte não figurativa vem da profundidade iconoclasta alimentada por diversos credos religiosos e mais recentemente por um mercado e critica de arte que admite apenas a materialidade do objeto físico. Paraiso de um cero design, arquitetura e urbanismo que não admite outra lógica a não ser a industrial linear e unívoca.
O Estado Islâmico destrói patrimônio da humanidade - 2015
Fig. 10–   O Estado Islâmico provocou e legitimou a  erupção, em pleno século XXI,  de uma concepção ESTÉTICA milenar orientada pela METAFÍSICA que não admite a figuração humana e as Substitui pelo PADRÃO INFINITO GEOMÉTRICO Pouco importa o PATRIMÔNIO da HUMANIDADE
Nesta lógica material qualquer que seja o caminho do artista ele está lidando com os cinco sentidos humanos. Assim a obra do artista precede qualquer discurso humano, linear e unívoco. Neste caso esta obra deslizaria para COMUNICAÇÂO HUMANA[1], para a propaganda e marketing.  Cada cultura, civilização busca a sua identidade na linguagem que adotam[2]. Algumas privilegiam o investem no empirismo, no fazer.
Numa sociedade como a nossa, na qual mitos e ritos tomaram a forma de uma razão, que dizer definitivamente - de uma palavra -, a linguagem humana não é só o modelo do sentido, mas também o seu fundamento”. (Barthes 1967, p.9)
  Ainda que o  pensamento e abstração intelectual conduza o processo[3] da escolha e das  deliberação, as escolhas do materiais físicos e sensórias serão índices desta escolha autônoma do artista criador. Esta obra irá atingir o seu objetivo na coerência da organização física destas deliberações decisões e  escolhas praticadas por aqueles que agem em nome da Arte[4]. No âmbito da materialidade da obra de arte a criam, divulgam e fazem circular com o suporte apropriado do mundo mental de Leonardo da Vinci[5].



[1]  CROCE, Benedetto. Estética come scienza dell’expressione e linguística generale,  Teorie e Storia (9a  ed). Bari: Gius Latezza, 1950, 564 p.

[2] A palavra falada e escrita em BARTHES, RolandSystème de la mode. Paris : Seul, 1967. 327p.
[3] Processo entendi nas concepçoes de ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition de l’homme moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983

[4] MARCHAN FIZ, Simón Estética en la Cultura Moderna – Madrid: Alianza 2007 270 p. ISBN 9788420670645

[5] - VINCI, Leonardo (1452-1519). Tratado de la pintura y del paisage, sombra e luz.         Buenos Aires:  Gil, 1944. 602p. + Madrid: : Akel, 1993. 508p.

HABERMAS,  Jorge..  Conhecimento e interesse. Rio de Janeiro: ZAHAR,1982.  367p
Fig. 11–   Jürgen HABERMAS é uma poderosa inteligência e a expõe numa frágil voz  unidas para desvendar o antagonismo entre a NATUREZA e o MITO do GÊNIO HUMANO. O filósofo vasculhou o conhecimento sob o signo do INTERESSE HUMANO. Interesse humano que motiva as experiências físicas dos sentidos humanos pela ARTE, atinge a abstrações ESTÈTICA e e energia para o salto da METAFÍSICA

Worringer[1] distingue e separa as culturas nórdicas daquelas tropicais. Nas regiões frias percebem-se sinais da abstração (ABSTRAKTION)  dos sentimentos e a ênfase no agir planejado. Já nos mediterrâneos e tropicais os impulsos dos sentimentos  (EINFÜHLUNG) explodem se manifestam livre e espontaneamente sem tabus esvaziando as energias sem economia, com escassas reservas ou planejamento para o dia de amanhã.



[1] WORRINGER,  Wilhelm (1881 - 1965).  Abstraccion (ABSTRAKTION) y naturaleza.( EINFÜHLUNG)  (1ª.ed. em1908).  México :  Fondo de Cultura   Econômica, 1953. 137p

PARIS - PALÁCIO de TOQUIO - Museu de Arte Contemporânea - Le Monde 13.04.2012
Fig. 12–   A performance evidencia a complementariedade e antagonismo entre os entre a VIDA e a MORTE, a NATUREZA efêmera. Esta obra integra o TEMPO de sua realização e os MATERIAS, GESTOS e SOM num ambiente institucional de museu de arte parisiense.

Consolida-se a distinção entre o conceito de  “BELO” e de “OBRA de ARTE” como campos com sua próprias energias e autonomia especifica.  O próprio  Platão distinguiu o espaço empírico dos fenômenos dos sentidos humanos – também expressos na  “OBRA de ARTE” -  da inteligência humana - atuante conceitualmente no  “BELO”. Concedeu a cada um a sua autonomia, linguagem e representações conceituais:
 Estudaremos a astronomia, assim como a geometria, por meio de problemas, e abandonaremos os fenômenos do céu, se quisermos aprender verdadeiramente esta ciência e tornar útil a parte inteligente de nossa alma, de inútil que era antes (Platão,1985, 2º vol, p.128)
Porém a pior corrupção - da qual o artistas é vitima - é o uso inadequado da METAFÍSICA. Uso inadequado como ferramenta para alimentar as fogueiras das vaidades, intrigas extra artísticas e seu comércio deslavado[1]. O artista é vítima na medida em que ele é descartado por uma METAFÍSICA inadequada e incoerente com as energias da ARTE. O uso inadequado e incoerente da METAFÍSICA é o paraíso e a fortuna dos mediadores, atravessadores e pseudo intelectuais que se dispõe a tutelar e não é mais possível usá-lo para seus objetivos.



[1] MARITAIN, Jacques. La responsabilité de l’artiste.  Paris: Arthème Fayard, 1961.121p

Marina ABRAMOVIV - O artista está presente
Fig. 13–   A artista Marina ABRAMOVIV expõe numa mesma obra das suas instalações os  antagônicos entre a NATUREZA e o MITO dos GÊNIOS HUMANOS. Obra efêmera da qual permanecem o projeto, a descrição e os registro físicos das imagens que permitem fazem efetiva e reconstruir onde e quando houver deliberação e decisão para tal.

Em contrapartida lotear a METAFÍSICA com conceitos da ESTÉTICA é diminuir e corromper ambas as energias. Muito menos colonizar estas energias teóricas, dominá-las e reduzi-las por meio das práticas da ARTE comandadas pelo empirismo do FAZER[1].



[1] - Uma interação continuada entre os impulsos anímicos e as suas formas física e sociais destas manifestações podem ser lidas em NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900).  Estéticas y teorías de las artes. Madrid: Temas 1999.  241

Frank WILLINGER (1959- ) Ecce Homo - jun.1999
Fig. 14 –   O artista britânico evoca na sua obra a  angústia humana revelada na  sua finitude e pela complementariedade entre os antagônicos da NATUREZA e o MITO dos GÊNIOS HUMANOS num mesma obra. Obra concebida a partir das experiências e das constatações pessoais com as quais qualquer mortal necessita lidar no seu dia a dia.

         O que se necessita estimular é o trânsito e a circulação civilizada entre estas instâncias e os campos de forças da METAFÍSICA, da ESTÉTICA e da ARTE. O viajante -  que se desloca entre estas plagas- é potencializado e recompensado pela qualificação, pelo conhecimento e pelo respeito que passaporte impõe. A METAFÍSICA, a ESTÉTICA e a ARTE possuem a sua história própria, a sua competência e seu futuro próprio e distinto entre si mesmos
Fernando BOTERO 1932 - Diante de obras sobre  Abu Graib – 2010
Fig. 15 –   A crescente violência contra a NATUREZA HUMANA contradiz o MITO do infinito PROGRESSO PROMETIDO pela TECNOLOGIA e CIÊNCIA na ERA INDUSTRIAL. Para desdizer esta promessa,  o terror, as pressões econômicas e a devastação tecnológica dos bens finitos do PLANETA se refletem nas relações humanas sem garantia de segurança e distribuição da renda coerente com o trabalho e os perigos.
 
A crítica, ao presente texto, é que ele constitui mais um frágil e imperfeito discurso  METAFÁSICO que busca a  sua razão de ser nos campos de forças da ESTÉTICA e da ARTE. Na contramão desta desqualificação e reducionismo ele pretende estimular  o trânsito e a circulação civilizada entre estas instâncias.
Porém este discurso necessita desembarcar desta METAFÍSICA diante da ARTE. Tanto o produtor como seu observador  experimentar a sensação física da obra de arte autêntica. Melhor ainda passar para a pesquisa com materiais e técnicas nas quais cada pessoa tenha e experimente as competências e limites deste agir prático. Este AGIR PRÁTICO da ARTE será a melhor e positiva das PRÁTICAS inerentes à METAFÍSICA e à ESTÉTICA.
Contudo a pior proibição e o condicionamento mais estreito da PESQUISA de ARTE - a que Platão se refere quando ele escreve que ela perece “sufocada por esta lei que proíbe toda pesquisa” - é proveniente do interior da mentalidade do seu praticante. No contraponto a criatividade e a genialidade são perceptíveis nas obras físicas, do artista,  que rompem com o plágio de si mesmo.

FONTES BIBLIOGRÀFICAS
ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition de l’homme moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983

BARTHES, Roland.  Système de la mode. Paris : Seul, 1967. 327p.


CROCE, Benedetto. Estética come scienza dell’expressione e linguística generale,         Teorie e Storia (9a  ed). Bari: Gius Latezza, 1950, 564 p.

DUCHAMP, Marcel, «L’artiste doit-il aller a l‘université?» in Duchamp du signe. Paris:  Flammarion 1991.

HABERMAS,  Jorge..  Conhecimento e interesse. Rio de Janeiro: ZAHAR,1982.  367p

HEIDEGGER, Martin. (1889-1979)  SER e TEMPO. Tradução e organização de Fausto  Castilho (1929- ).- Campinas SP: Editora da Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora. Vozes, 2012, 1199 p ISBN 978-85-268-0963-5

KANT, Emmanuel (1742-1804). Crítica da razão prática. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.  255p

MARCHAN FIZ, Simón Estética en la Cultura Moderna – Madrid: Alianza 2007 270 p. ISBN 9788420670645

MARCUSE, Herbert. A Dimensão Estética.   Lisboa: Martins Fontes 1981.  92 p.
MARITAIN, Jacques. La responsabilité de l’artiste.  Paris: Arthème Fayard, 1961.121p
PLATÃO ( 427-347) – A REPÚBLICA – Tradução di J. Guinsburg  1º volume . São Paulo : Difusão Europeia do Livro, - 1985 - 238 p.

NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900).  Estéticas y teorías de las artes. Madrid: Temas 1999.  241
VINCI, Leonardo (1452-1519). Tratado de la pintura y del paisage, sombra e luz.         Buenos Aires:  Gil, 1944. 602p. + Madrid: : Akel, 1993. 508p.

WORRINGER,  Wilhelm (1881 - 1965).  Abstraccion (ABSTRAKTION) y naturaleza.( EINFÜHLUNG)  (1ª.ed. em1908).  México :  Fondo de Cultura   Econômica, 1953. 137p


FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ARTE SACRALIZADA

BAUMGARTNER Alexander Gottlieb (1714-1762)

TOLLE Oliver  Luz Estética: A ciência do sensível de Baumgarten entre a arte e a iluminação São Paulo : USP- Faculdade FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA -2007 131p
Estudo da distinção entre o conceito  BELO e a OBRA de ARTE em Baumgartner
CRIATIVIDADE ESTÀGIOS em ROBERT SAUNDERS
http://profciriosimon.blogspot.com.br/2009/12/coerencia-de-organizacao.html

FRANÇOIS AUGUSTE BIARD: Dois anos de brasil

EINFÜHLUNG



KUNST OHNE WERK

O SENTIMENO e o interesse na era pós-industrial


Este material possui uso restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus eventuais usuários
Este material é editado e divulgado em língua nacional brasileira e respeita a formação histórica deste idioma.

Referências para Círio SIMON








Nenhum comentário:

Postar um comentário