sábado, 23 de agosto de 2014

091 – ISTO é ARTE

   ¿ - JOVENS SEM SONHOS e 
       SEM SENTIDO de VIDA ?

A arte não pode ter sua missão na cultura e formação, mas seu fim deve ser alguém mais elevado que sobre-passe a humanidade. Com isso deve satisfazer-se o artista. É o único inútil, no sentido mais temerário” Nittzsche 2000, p.1341

Fig. 01 – O artista anônimo que se adotou o heteronômio “BANSKI”, aderiu`ARTE PÙBLICA de RUA cultivada por um legião de grafiteiros e de artistas visuais que buscam formas de visibilidade, interação e de comunicação que são índices de uma civilização que impõea passividade, o consumo e a heteronomia.
http://en.wikipedia.org/wiki/Banksy

   Na passagem do bastão das conquistas - acumuladas por uma civilização para a próxima geração - impõe-se atenção e cuidado em garantir o êxito deste projeto. Esta passagem exige investimento de inteligência, de vontade de trabalho e sentimentos coerentes para não significar uma catástrofe irreversível. Muitas civilizações já naufragaram nesta passagem geracional.
   Para tanto é necessário admitir que a vida e a existência humana não possuem sentido por si mesmos. Eles pertencem à Natureza. Natureza que: “não possui alma por dentro” conforme Fernando Pessoa. No sentido contrário, a civilização confere sentido unívoco e linear que provocam sonhos e sentidos unívocos e linerares. Sonhos e sentidos que se originam do conflito com a Natureza entrópica enfrentando a criação artificial, novo e original. Nesta tarefa confitante a Arte resolve fecundar e transformar a Natureza por meio do projeto que “coloca algo no interior da Natureza”.
Fig. 02 – Os jovens da foto descendo a ladeira da Av.Dom Pedro II de Porto Alegre, certamente hoje estão motorizados e subindo, com facilidade, as ladeiras nas quais tinha de carregar os seus “veículos faz de conta”. Este “faz-de-conto” permitia sonhar e buscasentido na vida além de demonstrar o seupertencimento à uma geração admirada e estiimulada pelo adultos e especial osseus pais e antepassados diretos. Para estas culturas o s jovens e as crianças não são uma categoria seprada na sociedade

     A Arte é capaz de romper algo que pertence aos ciclos intermináveis, onipotentes e onipresentes da Natureza dada.
Evidente que esta ruptura é ameaçadora, e insegura. Ruptura, epistêmica, estética e sentimental que necessita a convocação de energias novas a serem aplicadas no tempo preciso e no lugar exato. A arte sempre lidou com esta perigosa e alta tensão produzida pelos poderosos polos opostos NATUREZA e CIVILIZAÇÂO. As mães temem esta mesma energia ao imporem aos seu  filhos “NÃO FAÇAM ARTES”.
Keith HARRING (1958-1990) Desenho Colorido.
Fig. 03 – Os signos icônicos deste artista jogam com um repertório infantil. De outra parte a leitura designos complexos e de lenta assimilação e interpretação estão sendo contornados nesta comunicação no interior de uma indústria cultural que se deseja livrar de códigos falados e escrito de civilizações anteriores.

    Por sua parte um jovem informado, como o contemporâneo, certamente evitará contrariar o preceito de sua mãe. Sabe deste risco da Arte, do alto investimento de energias e a exposição pública em consequẽncia de qualquer eventual fracasso. Poderosas forças morais, legais e reliogiosas encorajam a observãncia estrita deste tabu em relação à arte. Torna-se comprensivel a obediência a este preceito materno. Porém este temor do novo não estanca o probema da rápida entropia, esclorose provodos pela falta de renovação de algo queéarticial como a civilização humana. Não resolve o problema pelo simples fato aplacar os impulsos necessários para uma civilização perceber-se autônoma, capaz de se reproduzir. A Natueza impõe, a esta civilização, como circulos de ferro as suas forças entópicas. O primeiro discriminado e excluido é sempre o jóvem e as suas energias renovadoras.
Desenho de um índio kusiwa - Brasil
Fig. 04 – O mundo simbólico primitivo vincula-se estreitamente unido com os ciclos da Natureza A representação do bando multicolorido de pássaros - sob a proteção vegetal- realizada pelo indígena brasileiro - empresta um corpo visual para estas concepções imateriais. Empresta um corpo visual parao seu próprio sentimente de pertencimento ao clã e tribo.

   De outra parte os maiores revolucionários da Arte e da Ciências conceberam suas descobertas antes dos 40 anos de idade. Foi o caso de Albert Einsteisn (1879-1955) que propôsa teoria da relatividadea os 36a ano de idade. Porém não é a idade cronológica que está em jogo e em questão. A maioria dos jovens de civilizações - paradas no Tempo e na Natureza – não conseguem mudar as suas culturas se origem ou são silenciados e neutralizados pelos seus sistemas entrópicos. Os que já estão cobertos de cãs e com uma razoável idade em geral cultiram dese a infância este amadurecimentos. Como nas teorias pedagogicas de Comênius, na sua Didpatica Magna, as suas descobertas são florescentos e frutificações preparadas em longos invernos que as civilizações os mantiveram antesdeserem aceitos, Muita vezesisto ocorre depoisde seu desaparecimento físico
KEITH HARRING (1958-1990) Desenho Colorido.
Fig. 05 – Muitos artístas se apropriaram dos arquétipos dos codigos visuais de das culturas primitivas. Códigos que passaram da representação naturalista para os abstratos da escrita. O preço a pagar é a necessidade de uma iniciação e combinação de códigos entre emissor e receptor. Esta iniciação leva ao reducionismo semântico. A perda dos referenciais sensórios enseja a falsificação e obscurecimento deste código.

    Assim os sistemas adotados - por estas civilizações - são os responsáveis pelo silêncio e abulia dos jovens. Estes podem ser esmagados pela superbundância, obesidade ou por sistemas subliminares de controle de mentes, de corações e expressão do contraditório do qua acredita esta pseudo civilização. A liberdade – na concepção romana – era algo CONCEDIDO a uma certa classe, depois de certa idade, quando eram considerados patricios romanos e aptos para gerar outros patrícios. O resto da população eram escravos que não deliberavam ou decidiam nada para esta sociedade e muito menos geravam cidadãos romanos. Na concepção contemporânea são muito raros os artistas romanos dignos do estatuto deste nome. Meios materiais não lhes faltavam para tanto.
LÚDICA INFANTIL SUL-RIO-GRANDENSE Pesquisa de Glaucus SARAIVA de FONSECA (1921-1983)
Fig. 06 – O mundo do “faz-de-conta” infantil se materializa em gestos, palavras e objetos por meio dos quais a criança expressa o seu pertencimento à uma determindad cultura ou civilização. Por meio deste mundo “do faz-de-conta” a criança busca a sua própria interação e os primórdios de uma comunicação com a sua civilização. A correta percepção deste processo evita a passividade, o consumo e a heteronomia do jovem que busca o seu lugar.

   O acúmulo necessário - para uma civilização funcionar -  facilmente provoca mal entendidos sem fim e que desestimulam um jovem inexperiente. Esta civilização amadurecida reage e esmaga todas energias apesar destas buscarem apenas busca meios de atingir o seu próprio pertencimento. Nesta busca ainda não compreende e não aceita que a sua cultura antiga e cumulativa é extremamente vigilante e ciosa dos seus próprios valores. O jovem não compreende a extensão de qualquer gesto, palavra ou ação do jovem. De sua parte a civilização não é capaz de ter meios para compreender que este jovem apenas busca o pertencimento. Esta civilização na sua arrogância, tradição e poder acumulado interpreta esta busca do jovem como irreverente, agressivo e, assim, passa a considerá-lo como perigoso, como herético e digno de punições passivas ou ativas.
Tadeu MARTINS - Anjo da Guarda
Fig. 07 – As sociedades primitivas são comandadas pelo clã, pelos rituais e pelas forças onipresentes da Natureza Estas sociedades - e suas organizações a partir dos seus jovens - são uma garantia para a humanidade inteira no caso da ruina das sociedades tecficadas. Sociedades que possuem sentido semelhante ao potencial das florestas em manter o equilíbrio homeostático entre a civilização e Natureza.

Da parte do jovem não se trata de avançar o sinal, atropelar e demolir o que vier pela frente. Em cada jovem residem energias, novidades e diferenças necessárias para uma civilização antiga se preservar e reproduzir. A esclerose gera conflitos irremidiáveis quando não se entende suficientemente e se canaliza adequadamente este potencial do novo e do diferente em cada jovem. As ruinas e os efeitos catastróficos - para ambos os lados- estão por toda parte. As mudanças são necessŕias tanto para o jovem como para a civilização.
FÁBRICA de ARTISTAS - Central SAINT-MARTINS in Le Monde 14.01.2012
Fig. 08 – A massificação, provocada pelo indústria cultural, submete o artista a um processo de treinamento e eficácia em sociedades motivadas pelo consumo de massa. O jovem - candidato à artista - perdeu o sentido da busca do seu autoconhecimento. Os seus paradigmas são externo a ele impostos por uma civilização que aceita apenas passividade diante  padrões estéticos, de conhecimento e de vontade moldados pelas forças e a coerção coletiva, de consumo e da heteronomia


A complementariedade e a coerência entre estas energias evitam choques desnecessários na medida em que tiverem flexibilidade para atingirem nova coerência interna e externa. Toda a aprendizagem supõe, dos dois lados, a reorganização interna e externa. Mudança que perpassa toda estrutura, o sistema e o mesmo a própria civilização humana inteira. Esta nova complementariedade, coerência interna e externa emergem da revisão dos valores de ambos os lados.
Giuseppe GAUDENZI (1875-1966) - modelando no Instituto Técnico da Escola de Engenharia com ajuda de estudantes.
Fig. 09 – A guilda profissional - derivada da organização do artesanato- permitia ao jovem uma interação na qual ele iniciava como aprendizados de  técnicas manuais artesanais. Dali ele evoluía para constituir-se em mestre. Neste estágio o jovem mestre abria a sua própria empresa e admitir novos aprendizes. Com a especialização - e o design preliminar e abstrato - perdeu-se este processo natural de aprendizagem e sua reprodução. Na linha de montagem repetitiva o proletário perdeu a visão de conjunto do processo produtivo e assim a possibilidade da sua reprodução geracional.

     Poucos possuem o privilégio de ultrapassar e acrescentar algum sentido novo para a sua própria vida e dos demais. Esta ultrapassagem e acréscimo exigem imensas energias, a vontade de um projeto e o necessário discernimento de tempo e de lugar de sua aplicação prática. Estes poucos concretizam efetivamente o desafio de Nietzsche para atingir o sobre-humano e ulapassar aquilo que a Natureza fornece. Fornecimento que não está isento da cobrança que a Natureza impõe a todos e indiscriminadamente.
CULTURA ITALIANA Comunidade- In Rovilio COSTA et alii 2005 p. 129a
Fig. 10 – Nas culturas tradicionais o jovem e a criança não eram categorias separadas. Eles usufruím, não só a segurança, o pertencimento e o lugar próprio, mas ganhavam sentido e motivação no seu pertencimento pleno. As rígidas estrutura tribais ou do clã eram funcionais eram inclusivas e aceitas como tais. Estuturas derivadas de um modo de produção artesanal na qual todos aprendiam de tudo de todos. Com a especialização, na modo de produção industrial e empresarial, perderam estes vínculos culturais, afetivos e tradicionais. Raras culturas, como a japonesa, souberam transferir estes laços e processos para a empresa.

Não se trata da revolta contra esta fatalidade e tirania da Natureza. Trata-se de perceber adequadamente este imenso processo histórico. Trata-se de maximizar tudo aquilo que é competente para vencer aspectos deste processo entrópico universal. A vitória está com quem compreende muito cedo, na juventude, este processo. Este jovem, não perde o TEMPO que lhe é dado pela Natureza. Ele soma as suas energias com aquelas da civilização a qual pertence. Este processo fará fortuna na medida que esta civilização tiver um comportamento aberto e produtivo. Abertura competente para programar os seus próprios condicionamentos na direção da felicidade coletiva e individual.
Fig. 11 – A vivência do espetáculo da Natureza ofereceu para Claudio Martins Costa (1932-205) oportunidade para criar formas plásticas que expressam esta capacidade de abstração do que é essencial neste tropel de cavalos indomodos. O artsita estava profundamente interessado e vinculado às concepções indígenas do pampa sul-rio-grandense. Escolheu os arquétipos plásticos característicos destas culturas ancestral sem deixar de imprimir o seu interesse no movimento coletivo destes animais convivendo tão próximos com a criatura humana e interagindo com ele.

Condicionamentos aceitos num contrato coletivo, flexível e coerente. Com esta interação esta sociedade caminha para um processo democrático nas balizamentos que Mary Follet estudou e elucidou para a funcionamento de um autẽntico e produtivo regime democrático.
Fig. 12 – O pintor Carlos Alberto Oliveira (1951-2013) expressou na arte assus profundas vivẽncias sociais da sociedade a que servia como carteiro. Encontrou na arte assuas próprias formas para conferir visibilidade, interação e de comunicação como índices de uma civilização que evoca assuas buscas de pertencimento.

    Em conclusão é necessário admitir que a desmotivação e a falta de sentido do jovem acontece na medida em que alguém força sentido e função para ele. Para entender esta corrupção - da função e do sentido deste jovem aqui e agora - impõe-se admitir que a Natureza não possui nada por dentro. A inteligência, a vontade e os sentimentos do jovem perecem, ou se corrompem, na medida em que a Natureza é forçada por uma civilização que se aferra aos instrumentos unívocos, lineares e imutáveis. O equilíbrio coerente homeostática - entre estas duas forças antagônicas - só pode ser avaliado, conduzido e produzir frutos saudáveis na medida em que este projeto for atento flexível. e coerente com os extremos sobre os quais se apoia, equilibra e se desenvolve.
Além disso permanecem dúvidas inquietantes como aquelas das duas perguntas:
¿ - o jovem é o único culpado por não ter SONHOS e nem SENTIDO e VIDA ?
¿ - valeu a pena pagar o preço pela criação, o cultivo e a ênfase da categoria separada de CRIANÇA e de JOVEM ?


FONTES BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Maria Lúcia R.D. Escola e Democracia. Subsídios para Um Modelo de Administração segundo as Idéias de Mary Parquer Follet (1868-1933). São Paulo: E.P.U. Campinas, 1979. 102p.

COMÊNIO, João Amós (1592-1670) - DIDÀTICA MAGNA (1638) - São Paulo: Martins Fontes, 2002, 390 p. - ISBN 8533616236

FOUCAULT, Michel (1926-1984). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1995. 295.

OLIVEIRA LIMA, Lauro de (1921 - 2013). Os Mecanismos da Liberdade. Microsociologia. São Paulo : Polis, S/d. 376p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

ABULIA dos JOVENS http://spp-sociedadedospedagogospensantes.blogspot.com.br/2011/05/abulia-resistir-ou-morrer.html

DIDÁTICA MAGNA
htp://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CB0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.ebooksbrasil.org%2Fadobeebookt%2Fdidaticamagna.pdf&ei=bYn3U4_cHYH_yQSV4ICoCw&usg=AFQjCNHXXRSLiMn1lgalbzmsESR0H3M40w&bvm=bv.73612305,d.aWw


KEITH HARING (1958-1990)
http://www.biography.com/people/keith-haring-246006#synopsis

JOVENS SEM SONHOS e SEM SENTIDO de VIDA
http://www.diarioconcepcion.cl/2014/08/21/#16/z

LI HOJE QUASDUAS PÁGINAS – A NATUREZA e FERNANDO PESSOA
http://www.citador.pt/poemas/li-hoje-quase-duas-paginas-alberto-caeirobrheteronimo-de-fernando-pessoa

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Círio SIMON
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