sexta-feira, 15 de julho de 2011

ISTO NÃO É ARTE - SUMÁRIO

O QUE

NÃO é ARTE ?

http://profciriosimon.blogspot.com/


http://www.scuderiequirinale.it/Mediacenter/FE/CategoriaMedia.aspx?idc=329&explicit=SI

Fig. 01 - Lorenzo LOTTO 1480-1556 - Andrea Odoni O Colecionador - c.1527

PORTO ALEGRE 2010- 2011


As INTENÇÕES deste BLOG

Este blog segue pelo caminho da autonomia do artista quando explora a trilha da sua competência para deliberar e decidir entre o seu AGIR e o seu fazer. No seu direito para distinguir a OBRA e o trabalho busca entender a autonomia do artista. Entre as competências e limites cabe ao artista o direito de não confundir a sua VIDA com a sua OBRA de ARTE. Para não se confundir com a OBRA o artista pode ir ao extremo de abster-se de fazer a OBRA física. Esta circunstância era justificada pela artista Christina Helfensteller Balbão (1917-2007) “não quero produzir mais objetos para o mundo já poluído com eles” e que priorizava o seu projeto de conduzir a VIDA como OBRA de ARTE.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/03/centenario-da-escola-de-artes-do-ia_07.html

Neste seu AGIR a artista afirma o direito de sua VIDA preceder todo o fazer da ARTE. Para tal direito existem inumeráveis expressões de “ISTO NÃO É ARTE. A autonomia impõe deliberar e decidir num universo das suas infinitas escolhas possíveis que se apresentam ao artista e ao seu público. Cada escolha é uma perda. Cabe ao artista e ao observador coerente, administrar estas perdas de forma consciente. Artista e espectador possuem o direito ao exercício da expressãoISTO NÃO É ARTE. O direito de emitir esta sentença restritiva acarreta consequências das quais, tanto o autor como o receptor, necessitam possuir os mais explícitos conhecimentos e vontade.

Quanto à toda narrativa, concernente à ARTE, impõe-se a mais intensa ascese. Em especial numa época de dúvidas e de contraditórios, como a atual, onde se inclui a ausência da OBRA física. Ascese que se expressa no discurso que afirma “ISTO NÃO É ARTE que revigora e faz brotar o saber em relação aquilo que o asceta se priva. Privação que percorre o clássico campo filosófico da EPOKHÉ ou a suspensão provisória do julgamento. Nesta suspensão ganha pleno sentido a clássica escolha entre SER ou NÃO SER ARTE.

Neste blog abre-se uma série de artigos para contemplar esta questão das competências e limites da ARTE. As freqüentes confusões, diante de outros saberes, justificam este direito, vontade e saber do que NÃO É ARTE. .

CÍRIO SIMON


http://www.dantas.pro.br/apostilas/LiteraturaBrasileiraI-Barroco.pdf

Fig. 03 - Francesco BORROMINI 1599-1667 - Cúpula da Igreja São IVO - ROMA


Este blog continua o 2º ano de uma série de matérias relativas à ARTE e as suas circunstâncias em Porto Alegre no inicio da 2ª década do século XXI .


As matérias deste blog são de natureza didática, sem fins lucrativos ou de qualquer apoio financeiro. Elas podem ser apropriadas na medida que respeitem as mesmas condições e do Creative Commons.


http://www.odisea2008.com/2010/06/giuseppe-arcimboldo.html

Fig. 04 - Giuseppe ARCIMBOLDO 1527-1593 RETRATO


SUMÁRIO do BLOG -

DATA da POSTAGEM

01 – O HÁBITO da INTEGRIDADFE INTELECTUAL em ARTE...30.10.2010

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/10/isto-nao-e-arte-01.html

02 – NATUREZA não é ARTE.............................04.11.2010

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/11/isto-nao-e-arte-02.html


03 – ESCRAVO NÃO FAZ ARTE........................18.11.2010

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/11/isto-nao-e-arte-03.html


04 – NEM o ACASO e NEM o MILAGRE são ARTE.....25.11.2010

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/11/isto-nao-e-arte-04.html


05 – A QUANTIDADE não é SINÔNIMA de QUALIDADE......30.11.2010

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/11/quantidade-nao-e-arte-05.html


06 – Nem o CAPITAL nem o TRABALHO são ARTE......06.012011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011_01_01_archive.html


07 – A DEMOCRACIA da ERA INDUSTRIAL não é mais ARTE....01.02.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011_02_01_archive.html


08 – O novo pelo novo, não é arte ou a

MORTE da Arte pelas CONEXÕES CORTADAS.............07.03.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/03/isto-nao-e-arte-08.html


09 – CIÊNCIA NÃO É ARTE.....................................11.03.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/03/isto-nao-e-arte-09.html


01 - REGINA SILVEIRA : firmeza, porém com ternura. ..18.03.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/03/isto-e-arte-01.html


11 - FILOSOFIA não é ARTE...............11.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-11.html


12 – IDADE não é ARTE........................01.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/05/isto-nao-e-arte-12b.html


13 – ÓCIO não é ARTE...................09.05.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/05/isto-nao-e-arte-13_09.html


14 – PATRULHAMENTO NÃO É ARTE.........13.05.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/05/isto-nao-e-arte-14.html


http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com/2009/03/arte-da-antiguidade-classica-arte_26.html

Fig. 05 - PINTURA ROMANA Encáustica


15 – Os EXTREMOS não são CIÊNCIA e nem ARTE.......16.05.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/05/isto-nao-e-arte-15.html


16 – Nem o MEIO TERMO e nem o IGUAL são ARTE.....18.05.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/05/isto-nao-e-arte-16.html


17 – ESTUDANTE não faz ARTE......................01.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/05/isto-nao-e-arte-17.html


18 – O FAZER não é ARTE.............................01.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-18.html


19 – NEM TUDO é ARTE...................................05.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-19.html


20 - TIPO não é ARTE.......................................07.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-20.html


21 COMUNICAÇÃO não é ARTE.......................15.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-21.html


22 - LIXO e LUXO não são ARTE. .....................20.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-22.html


23 - MÚMIAS não são ARTE..............................25.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-22_25.html


24 - RELIGIÃO não é ARTE ...............................27.06.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/06/isto-nao-e-arte-24.html


25 - GUERRA não é ARTE...................................01.07.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/07/isto-nao-e-arte-25.html


26 - BELO e FEIO não são ARTE.........................04.07.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/07/isto-nao-e-arte-26.html


27 - O EU não é ARTE........................................06.07.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/07/isto-nao-e-arte-27.html


28 - A MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA não é ARTE..11.07.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/07/isto-nao-e-arte-28.html


29 - O TEMA não é ARTE...................................13.07.2011

http://profciriosimon.blogspot.com/2011/07/isto-nao-e-arte-29.html




Fig. 06 - Eugène-Henri Paul GAUGUIN(1848-1903) – “Donde viemos? O que somos? Para onde vamos? “ 1897 – Óleo sobre tela - 1391 X 3746 mm = Museu de Boston

http://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Gauguin

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ISTO NÃO É ARTE - 29

Antes de ler este artigo, convém consultar:

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/10/isto-nao-e-arte-01.html

O TEMA não é ARTE.

Senhorita! Se quiser ver a NATUREZA

olhe pela janela

Picasso para Brigite Bardot

Depois de 28 artigos, tratando dos mais variados TEMAS e de não aceitar nenhum deles como ARTE em si mesmo, chegamos a um ponto no qual é necessária uma reflexão e um tempo para distinguir as competências da ARTE e do TEMA.


Fig. 01 - Charles DARWIN 1809-1882 - Caricatura do autor e da teoria

Os infinitos TEMAS, que a humanidade encontra no seu mundo, constituem um imenso acervo para construção do seu repertório. O ordenamento deste repertório é comandado pela hierarquia das necessidades a partir do fundamento dos básicos e que, e comandadas por estas necessidades, geram interesses conseqüentes com estas necessidades. O interesse estético ganha mais sentido, evidência e autonomia face ao demais interesses na medida em que as necessidades básicas estão satisfeitas. Isto não quer dizer que o interesse estético não possa ser posto como a razão maior que coloca a ARTE em 1º plano. Neste o caso o artista coloca o projeto de a ARTE como interesse básico de vida. Este artista se tornará histórico na medida em que for competente para conduzir esta contradição coerentemente a um bom termo

Uma determinada cultura terá tanto mais condições para o florescimento da ARTE, quanto mais, e melhor suprir as suas necessidades básicas e os associar coerentemente ao suporte do seu próprio projeto civilizatório. Contudo, se este projeto se dirige ao puro hedonismo, este levará a cultura e o seu artista, rapidamente de retorno à Natureza. Para fugir desta entropia da ARTE, comandada pela Natureza, o artista conduz a contradição de colocar o projeto de a ARTE como interesse básico de sua vida

Fig.02 - Jean Auguste INGRES 1780-1867 - Banho Turco - 1862 – Apesar do tema ser praticamente o mesmo da fig.03 os repertórios dos dois artistas francesas da mesma época é distinto e produz obras de aspectos visuais antagônicos..

A ARTE situa-se nas camadas mais elevadas e gratuitas das necessidades e dos repertórios humanos. O TEMA irá motivar, alavancar e fornecer as base para estas buscas. Contudo a OBRA de ARTE não produzida por este TEMA por mais elevado, abstrato ou mesmo mais bizarro e inédito que ele seja em si mesmo.


Fig.03 - Ferdinand Victor Eugene DELACROIX 1798-1863 - Mulheres no Harém em Argel 1834 DELACROIX interpretou o tema que conheci de vista. Ele não escondia o antagonismo estético com INGRES, que interpretou este tem de forma distinta, ideal e apenas imaginado. Contudo, apesar de ambos os pintores produziram obras de aspectos visuais distintas, sobreviveu em ambos o pensamento que orientou os seus projetos transferidos para as suas obras..

Invertendo o raciocínio podemos verificar que os TEMAS são preciosos degraus para a decodificação dos interesses e dos repertórios que produziram determinadas OBRAS de ARTE. A iconologia, como a iconografia, seriam muito difíceis sem o cuidado com o estudo e consideração dos TEMAS inda que os degraus dos TEMAS das OBRAS não sejam codificados, unívocos e lineares. Muitas vezes estes TEMAS pertencem aos repertórios mortos e os seus novos potenciais observadores não encontram mais alguém que os possam decodificar adequadamente.


Fig.04 - Georges MATHIEU 1921 - pintura gestual 1954

Muitas vezes há referência ao TEMA da ARTE ABSTRATA quando seria necessário falar em ARTE NÃO FIGURATIVA. De outra parte KANDINSKY escrevia do ESPIRITUAL na ARTE, sem que isto significasse qualquer referência mística ou religiosa.


Fig.05 - ALHAMBRA – GRANADA – O padrão infinito islâmica aplicado ao revestimento de uma cúpula.. O jogo da luz modifica a cada momento o visual.

As culturas e religiões que proíbem a imagem figurativa elevam os seus TEMAS ao mundo dos PADRÕES INFINITOS. Diversas culturas, como também a ARTE isLâmica e a dos bizantinos iconoclastas incentivaram e desenvolveram o uso dos TEMAS GEOMÉTRICOS e MATEMÁTICOS nas suas obras. O mundo conceitual e estético, que se desenvolveu na cultura muçulmana, impregnou-se e levou para as superfícies das paredes, tetos e tapetes os TEMAS ou PADRÕES que se desenvolvem como nas infinitas repetições das rezas das Suras do CORÃO.

Inclusive a sua Literatura adotou este PADRÃO INFINITO como nas intermináveis MIL e UMA NOITES. Assim a Álgebra, o uso dos algarismos, incluindo ZERO indiano, são coerentes e não prendem os seus usuários ao repertório aos TEMAS EMPÍRICOS e REDUTORES desta capacidade de abstração.


Fig.06 - MARRACOS – O padrão infinito islâmica aplicado ao revestimento em azulejos

O artista contemporâneo está se concentrando cada vez mais no tema de “SURPREENDER a SI MESMO e ao seu ESPECTADOR”. Novamente por maior, e melhor calculada que seja esta SURPRESA, este TEMA não é OBRA de ARTE por si mesma. O SURPREENDER a SI MESMO e ao seu ESPECTADOR poderia ser a releitura ou o retorno dos TEMAS de um museu das raridades e ao mundo exótico romântico.


Fig.07 - Jean-Louis MEISSONIER 1815-1891 – Auto retrato desenhando no quartel

O tema comandado por MISTERINHOS e QUEBRA-CABEÇAS também é outra ilusão para artista e para o seu público. A ARTE é esterilizada e mistificada por troques e mágicas que surpreendem sem serem portadores de qualquer pensamento. O observador não guarda nada maias nada além de um surpresa passageira como aquelas que a Natureza oferece a cada instante.

O tema da ironia também afasta o observador rapidamente de quem produz a ironia. Este público sabe que ele poder ser a próxima vítima de alguém quer se quer irônico. Este pretenso artista escorrega para o universo da Comunicação, da charge, do cartoon e da caricatura. Ademais a ironia pode ser produzida por alguém que não possui alcance intelectual para atingir e administrar um determinado repertório, na clássica fábula “as uvas estão verdes” .

O artista foi libertado do jugo dos temas figurativos pela objetividade da mecânica, comandada pela fotografia. Resultante da longa experimentação e dos registros gráficos e visuais a era industrial os associou à Física, da Química e mais recentemente à Eletrônica e Informática. A Fotografia não é nenhum tabu. Antes disto o Artista sente-se à vontade com ela na medida em que ela o ajuda a fixar o seu pensamento, seus projetos e suas percepções.


Fig.08 - William DYCE 1806-1864 - Pegwell Bay in Kent- lembranças do dia 05.10.1858

Quando o tema figurativo passou para a mecânica da fotografia, Manuel Araújo Porto-Alegre já interrogava os seus colegas pintores numa fala realizada , em 1855, na Imperial Academia de Belas Artes:

A descoberta da fotografia foi útil ou perniciosa à pintura? E se ela chegar a imprimir as cores da natureza com a fidelidade com que imprime as formas monocronicamente, o que será da pintura, e mormente dos retratistas e paisagistas?

http://www.anpap.org.br/anais/2007/2007/artigos/034.pdf

As respostas a estas questões residem no projeto do artista de afirma-se como indivíduo, tendo em mente algum projeto, pensamento a ser transformado em Obra de ARTE. Leonardo da Vinci se afastava de um determinado tema ao saber que outro era competente para resolvê-lo.

Um determinado tema pode ser cultivado por alguém que é suficientemente confiante nas suas competências e conhece suficientemente os seus próprios limites. Nesta condição convergem nele a inteligência, a vontade e o direito de cultivar este tema. O clássico “CONHECE-TE a TI MESMO” comanda esta vontade e lhe confere direitos a afirmar-se diante da incógnita do tempo passageiro e do seu espaço limitado.


http://www.guardian.co.uk/theobserver/2010/may/09/big-picture-brigitte-bardot-picasso#

Fig.09 – Picasso para Brigite Bardot Senhorita! Se quiser ver a NATUREZA olhe pela janela

A ARTE foi sempre esta expressão do indivíduo humano criador. Mesmo despojado de todos os seus pertences, equipamentos e cultura de origem este criador encontre no seu ENTE para afirmar o seu SER no mundo.

O ator cria novos mundos que o conectam à espécie humana na medida em que se põe a representar, com o seu corpo e voz, para si mesmo ou para o público. Esta conexão cria civilizações humanas que duram enquanto o seu projeto original se alimentar, se mantiver e se reproduzir.



FONTES NUMÉRICO-DIGITAIS

ARAÚJO PORTO-ALEGRE e a FOTOGRAFIA

http://www.anpap.org.br/anais/2007/2007/artigos/034.pdf

BRANCUSI

http://blogillustratus.blogspot.com/2010/06/constantin-brancusi.html

Georges MATHIEU

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://images.artnet.com/artwork_images/171046/336565.jpg&imgrefurl=http://celebs2day4.all.co.uk/key/georges%2520mathieu&h=480&w=614&sz=44&tbnid=ilgXyCpo0n9khM:&tbnh=102&tbnw=130&prev=/search%3Fq%3Dgeorges%2Bmathieu%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=georges+mathieu&hl=pt-BR&usg=__t_zqsfjljvbxERpy0aQfvqi-AMc=&sa=X&ei=fJAdTrm9D8qcgQftseDkCQ&ved=0CCgQ9QEwAg

PICASSO e BRIGITE BARDOT

http://www.guardian.co.uk/theobserver/2010/may/09/big-picture-brigitte-bardot-picasso#

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ISTO não é ARTE - 28

Antes de ler este artigo, convém consultar:

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/10/isto-nao-e-arte-01.html

A MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA

RÍGIDA não é ARTE.

A sequência dos artigos, deste blog, converge contra a MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA. A convergência deve-se a fato de que esta MENTALIDADE ataca, reduz e desqualifica a ARTE. MENTALIDADE que ataca na medida em que sufoca a ARTE por meio de conceitos que lhe são alheios. A redução é na medida em que contorna as suas potencialidades confundindo-a com outras forças. MENTALIDADE que joga na heteronomia e desqualifica esta manifestação livre, viva e forte da criação humana que é a ARTE.


http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.revolution-saglac.com/revolution_saglac/loisir_scientifiques/entomologie/images/boxpapillon14janv

Fig. 01 – INSETO com ALFINETE nas COSTAS, PRONTO para ser CLASSIFICADO e espetado num QUADRO

Toda flexibilidade, exigida pela ARTE, morre no cultivo continuado único e absoluto desta MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA. Ninguém atinge um grau de coerência satisfatória, entre a ARTE e a VIDA, por meio por desta MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA. Segue apenas a economia de esforços e a racionalidade no êxito imediato da COMUNICAÇÃO passando longe do território da ARTE


http://www.thais.it/entomologia/default.htm

Fig. 02 – INSETOS EXPOSTOS num QUADRO na MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA

A economia dos quadros com os lepidópteros imobilizados com o alfinete espetado nas costas que as ordenam em quadros. O cultivo desta MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA segue as normas positivistas da classificação das Ciências. Admitida este premissa estas normas rebatem os mesmos paradigmas, metodologias para o interior da ARTE e querem chegar aos mesmos resultados da CIÊNCIA comandada pela ideologia POSITIVISTA. Aliás já houve tentativas, como a de Hippolite TAINE (1828-1893), de gerar sistemas científicos que possuem como objetos de suas construções mentais as manifestações estéticas. Para uma amostra deste pensamento é possível ler

O homem visto na sua totalidade é o homem em sociedade e que progride; é porque a raça superior é aquela que é apta para sociedade e para o progresso”. H. TAINE, 1866,p.21

Este esteta francês praticou a façanha conceitual de cravar um único alfinete nas costas de a cultura italiana inteira e completa. Estribado nesta MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA descreveu classificou, e aconselhou:

“Se (a Itália) não quiser permanecer um passeio de desocupados, um espetáculo de curiosos, um seminário de cantores, um salão de alcoviteiros, um antecâmara de parasitas, ela é obrigada de tornar-se um exército de soldados, uma companhia industrial, um laboratório de sábios, um povo de trabalhadores”. Taine 1866. P.528


http://wwwmdtbcomportamental.blogspot.com/2010/04/ja-ouviu-falar-no-cao-de-pavlov.html

Fig. 03 – REFLEXO CONDICIONADO procurando o ótimo e resultados imediatos e visíveis.

Contra esta mentalidade esterilizada pela ideologia progresso as torrentes da ARTE, da VIDA e da HISTÓRIA, contornaram estas armadilhas e “alfinetes nas costas” e que condenam estas mentalidades aos museus das coisas obsoletas e com as quais não convém perder tempo e esforços


http://wwwmdtbcomportamental.blogspot.com/2010/04/ja-ouviu-falar-no-cao-de-pavlov.html

Fig. 04 – Ivan Petrovich PAVLOF 1849-1936 e o seu CÃO submetido à prova dos REFLEXOS CONDICIONADOS. Os norte=americano tiveram Burrhus Frederic SKINNER 1904-1990 que buscava no seu BEHAVIORISMO as mesmas respostas. No plano técnico e industrial este behavorismo foi descrito e classificado por Frederick TAYLOR 1865-1915 e questionado, rígida e alegremente em TEMPOS MODERNOS (1936) por Charles Spencer CHAPLIN. (1889-1977)

Nesta MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÌGIDA da HISTÒRIA o vencedor fixa uma narrativa única e linear e assim se legitimar sem possíveis dúvidas. Este vencedor necessita apoderar-se, nesta direção, o mais rápido e da forma mais definitivamente possível, de um passado que não é dele. Em novo momento os seus descentes desejam universalizar e tornar única e fixa esta narrativa deste poder, além de reconhecido aquilo que os seus antepassados conseguiram.

A ARTE não escapa à fabricação desta narrativa


Fig. 05 – AUSCHWITZ – ARBEIT MACHT FREI ou o “Trabalho Liberta” uma das corrupções mais atrozes e criminosas da MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA na busca do TIPO IDEAL GERMÂNICO

A narrativa ARTE origina-se na aglomeração intelectual de milhões de informações provenientes de outros tantas ações e de obras, normalmente dispersos numa determinada esfera cultural. A narrativa, que nasce sob o impulso da MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÌGIDA da HISTÒRIA, realiza o trabalho de ordenar os microscópicos grãos de pó, dispersos e sem consistência e sem estrutura, no âmbito de uma civilização na qual o EU é o paradigma.

Sem este ordenamento único e legível, estes grãos de pó dispersos, provindos de uma determinada cultura, não formam observador por mais numerosos que sejam. Eventualmente estes observadores reduzem-se a pequenos outros grãos mantidos gravitando ao redor de grão maior. Esta constelação se desfaz com mesma facilidade com que se constituiu.


http://www.thepcf.org.uk/media/w745/TWMS_LAG_TWCMS_B670[1].jpg

Fig. 06 – O JURI busca exercer a sua MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA para buscar o melhor e conferir prêmios no campo das forças da ARTE.

No entanto a competência da ARTE não constituída por uma montanha de EU’s, pois a quantidade não produz ARTE. Nem mesmo a antiga classificação BELAS ARTES pode ser usada como referencial para realizar esta contabilidade e legitimar o campo de forças das ARTES. Elas não são BELAS nem FEIAS por sua natureza.


Fig. 07 – INDÚSTRIA e a LINHA de MONTAGEM na mentalidade de TAYLOR

As ARTES incorporaram na sua natureza a busca da VERDADE do JUSTO. VERDADEIRAS na medida em que recusam a mentira, o equívoco e o embuste da MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÌGIDA da HISTÒRIA. JUSTAS na medida em que elas guardam a sua coerência interna e as externas.

A narrativa ARTE decorrente da MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÌGIDA da HISTÒRIA, é paralela e interage simultaneamente com o SISTEMA FORMAL ESCOLAR e LINHA de MONTAGEM INDUSTRIAL. Este SISTEAMA realiza o trabalho preliminar de ordenar mental e fisicamente os grãos de pó microscópicos, em indivíduos dispersos sem consistência e sem estrutura, no âmbito de uma civilização na qual o EU é o paradigma.


Fig. 08 – A LINHA de MONTAGEM na SALA de AULA que ordena mental e fisicamente nos princípios de TAYLOR. Esta mentalidade está presente, por mais que queira negar o behaviorismo e este autor norte-americano seu desconhecimento causa estragos piores do que o seu conhecimento e cuidado de evitar defeitos colaterais. [Le Monde em 23.06.2011]

Os autênticos artistas buscam libertar-se desta MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA. Assim o escultor Luiz Antônio Carvalho Rocha [Nico Rocha] abre a sua criação e coloca na convergência das forças provenientes de quatro esferas distintas

“A interação de quatro esferas resume o processo catalítico conduzido pela intuição: a esfera do desejo e da intuição (aquela área fluida desse mar primordial que é pensar), a das decisões e consequências do penar-fazer, que levam ao trabalho, a da matéria escolhida (de suas características) e, finalmente, a das mãos (do que elas produzem na matéria) na forma de operar a matéria Nico Rocha,2011, p. 68

O desejo, a vontade e o direito à uma matéria competente para transmitir o pensamento criador ao seu observador e nele gerara o mesmo processo que tomou conta ao longo da criação levam ao ciclo virtuoso da reflexão continuada e fecunda. Na medida em que esta reflexão nos aproxima da ação criadora do artista, ela constitui um desafio para o seu observador. Este precisa ter em mente aquilo que Nietzsche aponta no seu texto ‘o futuro das nossas escolas’ (2000, p.27)

“....espero do leitor três qualidades: 1) - deve ser tranqüilo e ler sem pressa; 2) - não deve fazer intervir constantemente sua pessoa e a sua cultura, e 3) - não tem direito de esperar – quase como resultado – projetos”.

Tempo, ruptura epistêmica e resultados civilizados necessários a quem se aproxima do campo das forças das ARTES. Aproximação que preserve a Beleza como o “esplendor da verdade” na conceituação do período escolástico. Justa na medida em que “os bens podem ser adquiridos, na condição de não deixarmos que se estabeleça uma dependência deles” para seguir o conselho de Sêneca também nos bens produzidas pelas ARTES.


Fig. 09 – O RESULTADO da LINHA de MONTAGEM na SALA de AULA na LINHA de MONTAGEM na mentalidade de TAYLOR. [Le Monde em 23.06.2011]

Um dos índices da busca e da competência para realizar a autonomia se evidencia quando se encontra - no artista criador e no seu observador - a disposição, a prática continuada e a coerência nas suas rupturas estéticas e epistêmicas.


Foto de Círio SIMON em 10.07.2011 de um muro público do 4º Quarto Distrito de Porto Alegre

Fig. 10 – PENSO, LOGO RESISTO à MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA e à LINHA de MONTAGEM na mentalidade de TAYLOR.

Esta mentalidade do FAZER é pautada pelo EXITO ou NÃO. Este EXITO necessita ser IMEDIATO e RETUMBANTE que possa ser usufruído instantaneamente e pelo resto da vida. A mentalidade de LEVAR VANTAGEM em TUDO. Descarta o AGIR, pois este necessita de massa crítica, de projeto coerente e de tempo de maturação. Os autênticos artistas buscam libertar-se desta MENTALIDADE.

Cabe, no entanto, a observação de SÊNECA:

Penso que muitos poderiam ter atingido a sabedoria, se não se tivessem imaginado ter chegado até ela, se não se tivessem fingido certas coisas em si mesmos, se não passassem por outras com os olhos fechados SÊNECA Da tranqüilidade do ânimo, p. 08

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=6773

Todos os processos classificatórios descritivos permitem formar quadros mentais e que devidamente aplicados permitem uma excelente interação intelectual com a mesma formação e repertório. Contudo jamais podem ser confundidos com a realidade viva e dinâmica

É preocupante a transformação cultural velocíssima por que estamos passando. Do jeito que a coisa vai, o crítico vai ter que usar o twitter, pois qualquer editor de suplemento recebe mais de 100 livros por semana. Não há espaço no jornal para todos. Nem nas livrarias. Vai ver que o crítico deve fazer um juízo de 140 batidas para (des)orientar o público. Assim muito mais autores seriam contemplados. O que caracteriza basicamente a cultura “contemporânea” é isto, fragmentação e superficialidade. E a pressa de fazer sucesso”.Afonso Romano de SANTANA

http://desenredos.dominiotemporario.com/doc/desenredos_4_-_entrevista_com_Affonso_Romano_de_Santanna.pdf

Chega-se a conclusão de que a MENTALIDADE CLASSIFICATÓRIA RÍGIDA está presente em todos os recantos da nossa atual civilização hegemônica. No campo das ARTES esta MENTALIDADE ataca, reduz e desqualifica subliminarmente as forças da ARTE por meio de conceitos que lhe são alheios e a confunde com outras forças. Esta MENTALIDADE que joga a ARTE na heteronomia e desqualifica esta manifestação livre, viva e forte da criação humana.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

Projeto Percurso do Artista : Nico Rocha [catálogo da exposição organizada pelo Departamento e Difusão Cultural da UFRGS: arista Luiz Antônio Carvalho Rocha] Porto Alegre : UFRGS, 2011, 188 p. : Il. color

NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900).Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179 p

TAINE Hippolyte 1828-1893 Philosophie de l’ art – França : Fayard, 1985, 552 p.

ISBN 221301633X http://www.biblio.com/9782213016337/new

http://books.google.com/books?vid=ISBN221301633X

------Voyage en Itálie – Paris : Hachette, 1º vol. 1866 528 p

http://books.google.com/books?id=HEKAT4SzbEEC&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false

FONTES NUMÈRICO DIGITAIS

Burrhus Frederic SKINNER 1904-1990

http://pt.wikipedia.org/wiki/Burrhus_Frederic_Skinner

Charles Spencer CHAPLIN (1889-1977)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Charlie_Chaplin

http://dudelamonica.blogspot.com/2011/01/historia-charles-chaplin-um-mito.html

ÉTNO-MÚSICA

http://orientation.blog.lemonde.fr/2011/06/25/et-si-vous-deveniez%e2%80%a6-ethno-musicologue/

ENTOMOLOGIA

http://www.thais.it/entomologia/default.htm

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.revolution-saglac.com/revolution_saglac/loisir_scientifiques/entomologie/images/boxpapillon14janv2002.gif&imgrefurl=http://www.museuvirtual.unb.br/atividade/Insetario.pdf&usg=__KJDOqjVGLwwbho12q-CKj4j05E0=&h=300&w=367&sz=83&hl=pt-BR&start=154&zoom=1&tbnid=NPmSJhq2M22OBM:&tbnh=122&tbnw=147&ei=Rb8ATpa4Juen0AGh2_2XDg&prev=/search%3Fq%3Dentologista%2Be%2Blepidopteros%2Bclassificads%26hl%3Dpt-BR%26biw%3D1440%26bih%3D727%26gbv%3D2%26tbm%3Disch&itbs=1&iact=hc&vpx=768&vpy=264&dur=34&hovh=146&hovw=178&tx=113&ty=122&page=6&ndsp=32&ved=1t:429,r:28,s:154&biw=1440&bih=727

EXPOSIÇÃO

http://www.thepcf.org.uk/media/w745/TWMS_LAG_TWCMS_B670[1].jpg

Frederick TAYLOR 1865-1915

http://pt.wikipedia.org/wiki/Frederick_Taylor

Ivan Petrovich PAVLOV 1849-1936

http://wwwmdtbcomportamental.blogspot.com/2010/04/ja-ouviu-falar-no-cao-de-pavlov.html

NOVIDADE


A partir do dia 09 de julho de 2011 está na rede o BLOG NÂO FOI NO GRITO que se centra na construção, na redefinição circunstanciada e na permanente da atualização da soberania do PODER ORGINÁRIO BRASILEIRO proveniente do decênio (1811-1822) e que precedeu a Independência Brasileira.

CONFIRA NÃO-FOI-NO-GRITO – Nº 001

em

http://naofoinogrito.blogspot.com/2011/07/nao-foi-no-grito-001.html