quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

SOBERANIA ou AUTONOMIA da UNIVERSIDADE ?

“Uma das funções primaciais da universidade é cultivar e transmitir a cultura comum; não havendo o Brasil criado a Universidade, mas apenas cursos profissionais superiores, deixou de ter o órgão matriz da cultura nacional a qual elabora pelo cultivo da língua, da literatura e das ciências naturais e sociais da universidade.” (TEIXEIRA, 1989: 74)[1].



[1] TEIXEIRA, Anísio. Educação não é privilégio(5ª ed) Rio de Janeiro : UFRJ. 1994, 250 p.

Fig. 01 – Portal da Academia Imperial de Belas Artes (1826). Jardim Botânico --RJ

http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/ad_portalaiba.htm


A universidade ocidental, como a conhecemos hoje, nasceu em Bolonha, na Itália. Mantida pelas repúblicas dos estudantes ela gozava de várias formas de soberania. Tinha soberania financeira na medida em que era mantida pelas contribuições dos estudantes das suas repúblicas. Tinha soberania didática na medida em que eram estes estudantes que contratavam e mantinham os seus mestres. Tinha soberania administrativa na medida que era gerida pelo poder estudantil. Contudo este acúmulo de poder desencadeou tensões incontroláveis para quem deveria administrar tal conjunto explosivo. A intervenção do poder civil e religioso não tardou.


Contudo este experimento medieval foi muito importante para as diversas repúblicas italianas que tentavam aglutinar os antigos e os estreitos feudos medievais e proclamaram a soberania dos estados do Renascimento Italiano.


Na França a experiência começou em Paris com uma universidade mantido pelos mestres que ofereciam as suas lições aos estudantes que pagavam o serviço prestado. As divisões e os confrontos não foram menores que as de Bolonha. Os reis franceses e o clero intervieram e mantiveram a Sorbonne sob o seu controle até e Revolução Francesa que a extinguiu. Criou o ‘Institut de France’ com as suas academias, sem estudantes e que por sua vez gerou a escolas para os estudantes.


O Brasil só teve legalmente, em 1931, uma universidade para todo território nacional. A partir do final período Colonial o Brasil teve os seus cursos superiores profissionalizantes e, a partir de Regime republicano, algumas universidades regionais temporãs[1].



[1] CUNHA, Luiz Antônio, Universidade temporã : o ensino superior da Colônia à Era Vargas. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira. 1980, 295p

Fig. 02 – Logo da UFRJ.

http://www.lccv.ufal.br/downloads/copy_of_imagens/marcas/ufrj.jpg/view



A instalação da universidade no Brasil teve viva e continuada resistência dos positivistas que percebiam nela um instrumento de ‘pedantocracia’. Com o hábito latente da escravidão e a heteronomia do poder originário nas mãos de uma elite racial e econômica, o perigo da instalação de universidade brasileira era evidente. Até hoje há docente que defendem que ‘o professor não aprende nada com seus estudantes’. Enquanto isto os primeiros mestres do Brasil trataram de aprender a língua do nativo e conferir-lhe uma gramática universal (avanhenga). Mas foram impedidos, pela corte lusitana[1], de criar e de gerir fundações de escolas que se pudessem tornar autônomos, ao estilo adotado posteriormente pelos norte-americanos.



A universidade brasileira foi fundada por um governo provisório e que chamou a si, em 1937, todos os poderes nacionais, inclusive os da universidade. Uma das primeiras vítimas deste Estado Novo foi o Desembargador André da Rocha primeiro reitor da UFRGS.



Já em 1947, com retomada nominal da democracia brasileira, o reitor da época Universidade da Bahia tentou continuar os hábitos do regime de 1937. Nisto ele foi interceptado pelo seu conterrâneo o Ministro da Educação Clemente Mariani Bittencourt que elucidou



no conceito de autonomia há dois elementos essenciais: um é o das raias que limitam a ação; o outro, é o poder de agir livremente dentro dessas raias. Sem raias limitadoras, estaríamos em face, não da autonomia, mas da soberania ou do arbítrio. Assim entendido, seria ilógico falar-se em autonomia ‘absoluta’: o conceito é sempre relativo e a amplitude do círculo de liberdade pode sofrer infinitas variações” (in Nóbrega, 1952, p. 329)[2]


Clemente Mariani estava falando do interior e fazendo-se porta-voz do governo federal e do qual a Universidade da Bahia se considerava uma das suas instâncias.



[1] TOBIAS, José Antônio. História da Educação Brasileira. São Paulo : Juriscredi, 1972, 484p


[2] NOBREGA, Vandick Londres. Enciclopédia da legislação do Ensino. Rio de Janeiro; Revista dos Tribunais. 1952.

Fig. 03 – Clemente MARIANI BITENCOURT

http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/CleMaBit.html


Uma universidade do Estado Brasileiro possui os seus claros limites num projeto nacional. Uma universidade mantida pelo Estado Nacional, como instrumento deste projeto, encontra-se limitada economicamente pelo orçamento federal. Limitada administrativamente pela estrutura e pela hierarquia dos órgãos federais e limitada didaticamente por aquilo que aponta a constituição brasileira e o que é elucidado pela LDB.


No interior destes limites existe um imenso espaço para desenvolver a ação universitária.

Contudo não há necessidade de alargar os limites orçamentários se esta universidade delibera e decide, na sua imensa liberdade, fechar-se no que o mestre Anísio Teixeira denúncia no epígrafe do presente artigo. Os exemplos desta deliberação e decisão estão no hábito continuado de apenas se constituir numa federação de cursos superiores profissionalizantes. Com esta deliberação e decisão a universidade estatal torna-se presa fácil do mercado para o qual ela se auto-limita a preparar mão do obra, não tão qualificada assim e também dessincronizada devido a violenta e rápida evolução dos mercados e do anacronismo de profissões tradicionais


A universidade ao escolher o caminho da fazer e não da ação está heteronomia das empresas que possuem a meta do trabalho e não da obra. Assim o seu caminho se encontra na obsolescência programada que distingue a era fabril e a formação do ‘homo faber’ na concepção de Hannah Arendt.


No Brasil o fracasso das fundações da Escola dos Meninos da Bahia, das Escolas Livres, das Universidades Técnicas e das Escolas de Artes e Ofícios e tantas outras tentativas naufragadas na ganância os lucros das escolas empresa cuja memória foi queimada como se queimou os papeis da escravidão no início do Regime Republicano.

Fig. 04 - Tomaz Aroldo da Mota Santos

http://www.andifes.org.br/ex-presidentes/tomaz.html


Para contrapor todos estes desvios da universidade brasileira vale o sábio conselho do Reitor da UFMG e Presidente da Andifes, Tomaz Aroldo da Mota Santos, do qual este autor ouviu, em plenas quadrilhas, numa festa junina celebrada no átrio da Escola de Belas Artes da UFMG:

A universidade não é só gerenciamento !

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

CENTENÁRIO da ESCOLA de ARTES

10 de fevereiro de 1910
CRIAÇÃO da ESCOLA de ARTES do INSTITUTO LIVRE de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL

Fig. 01 – ATELIER da ESCOLA de ARTES do INSTITUTO LIVRE de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL.

Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS -. 1914


A Comissão Central do Instituto autorizou, no dia 10 de fevereiro de 1910, o pintor e artista Libindo Ferrás a abrir uma Escola de Artes.


Esta Comissão, de 25 membros, era a mantenedora deste Instituto e havia sido constituída no dia 22 de abril de 1908. Era a Central, pois concentrava, na capital, as 65 Comissões regionais distribuídas em locais do Estado onde o Instituto poderia abrir Conservatórios e Escola de Artes. Com a criação do Conservatório em 1909, destinado à Música, chegava, em 1910, a vez das Artes Plásticas. Os anos de 1908 e 1909 foram usados pelo Instituto para consolidar a sua base institucional ideal para ingressar no mundo empírico.



O mundo ideal deste Instituto foi descrito, no dia 05 de maio de 1908, e registrado no livro de Atas da Comissão Central na folha 3v. como:.



“O que constitue a pessoa juridica em associações do typo da nossa, não é propriamente o conjuncto dos socios; é antes o seu patrimonio, o qual no caso occorrente, será formado pelas doações e liberalidades, das pessôas que verdadeiramente se interessem pelo desenvolvimento das artes entre nós”.



O enunciado da função do Instituto, no mundo empírico, era claro no artigo 1º do seu estatuto

Art. 1º - O Instituto de Bellas Artes, com séde na cidade de Porto Alegre capital do Rio Grande do Sul, e organizado de acôrdo com a Lei nº 173, de 10 de setembro de 1893, tem por fim o ensino theórico e prático das Bellas-Artes.

§ único - Este ensino será feito mediante cursos systematisados, formando dous grupos, ou secções distinctas: - a ESCOLA ou CONSERVATÓRIO DE MÚSICA, compreendendo a theoria da musica, a composição e a música vocal e instrumental; a ESCOLA de ARTES, compreendendo a pintura, a escultura, architectura e as artes de applicação industrial.



As dificuldades eram imensas num território ainda prenhe das mentalidades imperiais, da escravidão latente mas explícita e aberta paraos objetivos da ideologia positivista. Estas dificuldades iniciais não deixaram de crescer com o passar de tempo e tornar-se mais complexas e caras. Estas dificuldades conferem um sabor especial para a permanência do projeto civilizatório da Escola de Artes ao longo de um século de existência continuada.



O estudante ingressava na Escola de Artes aos 14 anos, sabendo ler e escrever, freqüentando uma escola formal no turno inverso. Galgava as etapas até alcançar o Curso Superior. Quem quisesse lecionar realizava uma espacialização para tanto.

Fig. 02 – TURMA de ESTUDANTES com os seus PROFESSORES no ATELIER da ESCOLA de ARTES do INSTITUTO LIVRE de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL.

[ da direita para a esquerda do observador] Luiz Augusto de Freitas, Libindo Ferrás e Francis Pelichek (sentado) - Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS – Diári da Francis Pelichek c. 1925.


Com a criação da Universidade de Porto Alegre, da qual o Instituto foi um dos fundadores, em 1934, a ‘Escola de Artes’ passou a se designar com ‘Curso Superior de Artes Plásticas’ e, para o qual, era exigido o vestibular. Este Curso passou a se designar ‘Departamento de Artes Visuais’ quando da Reforma universitária de 1968. Com este nome, e sem trocas significativas, as práticas e os objetivos de 1910, ficaram idênticos, só se tornando mais complexas e especificas.

Esta Escola, além de formar profissionais competentes e qualificados, foram estes profissionais que cumpriram as promessas das Comissões Regionais de abrir e manter Escolas de Artes pelo Rio Grande do Sul afora. No início do século XXI o Rio Grande do Sul possui 15 destes cursos superiores. Este número cresce imensamente se for considerada a atividade do magistério de artes no ensino fundamental e médio.

Se o papel da reprodução institucional é importante, não é menos importante, para Porto Alegre, e o Estado, ser o endereço e a residência definitiva de artistas visuais de qualidade. Este objetivo escapa para a maioria da população, mesmo aquela denominada culta. Trata-se de artistas realizar esta permanência definitiva devido ao se vinculo institucional com o Departamento de Artes Visuais, com Curso Superior de Artes Plásticas que a seguiu ou, no início, com a Escola de Artes.


Considerando as contribuições institucionais, a permanência de profissionais e teóricos das artes visuais no estado, contabilizando a rede de agentes espalhados pelo Estado do Rio Grande do Sul, pelo país e mundo, é possível realizar um balanço muito positivo a favor do projeto civilizatório instalado, em 1910, em Porto Alegre com a sua Escola de Artes.

Fig. 03 – PRÉDIO do INSTITUTO LIVRE de BELAS ARTES do RIO GRANDE do SUL com o ATELIER da ESCOLA de ARTES na sua PARTE SUPERIOR.

Prédio alugado em 1909, adquirido em 1913, a sala do atelier acrescida em 1914 e demolido em 1941 para dar lugar ao atual prédio do Instituto de Artes da UFRGS- Arquivo Geral do Instituto de Artes da UFRGS -.



Este blog colocará na rede, ao longo de mês de março de 2010, onze artigos nos quais detalhará este centenário da Escola de Artes

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ARTE SACRA SUL-RIO-GRANDENSE – 20

A ARTE SACRA no RIO GRANDE do SUL: AQUI e AGORA

“Cesse tudo o que a Musa antigua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta”.

Camões – Lusíadas 1572 – Canto 1 – 3[1]

Fig. 01 – IGREJA SANTA TERESINHA.

Emílio SESSA e Aldo LOCATELLI - 1952-1955 - Foto ACHUTTI

. “Rua Ramiro Barcelos - Porto Alegre-RS


O poeta lusitano sabia que um outro mundo é possível. Ele é possível na medida em que a criatura humana possui novos projetos mais coerentes com a atualidade. O autor dos Lusíadas propõe outra forma de realizar revoluções. A musa antiga não é eliminada. Apenas ela é convidada a cessar seu canto arcaico diante de algo novo que ela, talvez, não esteja percebendo e que não está evidente ainda.


A solidariedade das épocas entre si.[1]., não só projeta esperanças, mas compartilha entre elas também as frustrações. A arte na medida em que escapa de forma perene desta projeção é um dos poucos campos em que a criatura humana pode realizar autênticas revoluções sem derramar o próprio sangue ou dos outros. Como a arte não é cumulativa - e na proporção de sua autonomia - ela não só pode, mas necessita inovar e recomeçar todos os dias e em todas as épocas. Só com esta inovação – e com o seu recomeçar perpétuo - a arte mantém a coerência entre o ENTE e o SER em permanente mutação.


A transcendência a potencializa a arte. A transcendência põe em cheque “o aqui e o agora”. A arte coincide com as religiões institucionalizadas na sua busca para dilatar “o aqui e o agora” vivido tanto pelo olhar retrospectivo como através do anúncio do apocalipse e da parusia. A arte questiona o presentismo pela ciência da “vita brevis- ars longa”.





[1] “É tal a força da solidariedade das épocas que os laços da inteligibilidade entre elas se tecem verdadeiramente nos dois sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por compreender o passado se nada sabemos do presente” . Marc Bloch 1976, p.42BLOCH, Marc (1886-1944) . Introdução à História.[3ª ed] Conclusão de Lucian FEBVRE - .Lisboa :Europa- América 1976 179 p.


Fig. 02 – CATEDRAL e CÚRIA de PORTO ALEGRE .

Porto Alegre - RS - Foto Luis Roque KLERING

.A igreja mergulhada na concentração urbana.

Com este mentalidade é necessário afastar qualquer veleidade de estetização, alienação da vida e ideologia salvacionista pela arte. A arte sacra no Rio Grande do Sul esta iniciando uma nova etapa com novos meios e em novas circunstâncias.


A arte está em quem a produz[1]. Este ente chamado ‘artista’ para merecer este nome, sempre esteve em sintonia, mental e física, com a civilização na qual desenvolvia a sua criação.


O tempo da arte servil - e apenas usada para outros fins - também venceu esta etapa de sua heteronomia no Rio Grande do Sul. A autêntica arte ao deliberar e decidir - pelos meios de comunicação da cultura contemporânea - afasta qualquer instrumento de fomento manipulado pelo populismo interesseiro. Assim a arte não prospera mais nas circunstâncias nas quais se cultiva formas que a induzem à heteronomia de sua vontade.


[1] - “Toda a arte está no que produz, e não no que é produzido”. Aristóteles[1](1973: 243 114a 10 )

Fig. 03 – IGREJA SÂO DOMINGOS.

MAXIMILIANO de ALMEIDA - RS - Construída em 1943 na piora fase da II Guerra Mundial e Estado Novo.

. Igreja na qual a arte colocou as estrelas ao alcance das mãos.


De sua parte, as artes abandonaram, há muito tempo, o seu castelo medieval de marfim das Belas Artes e circulam na cidadania contemporânea. Com esta cidadania ingressaram, decididas, no campo da busca da verdade e da justiça. A arte postula, por meio desta busca de justiça e de verdade, o seu lugar na universidade. Esta possibilidade existe desde que Leonardo da Vinci anunciou que “uma pintura é algo mental”. A arte sustenta esta decisão apesar de toda a carga de desqualificações gratuitas que a arte carregou ao longo da heteronomia em que viveu.


As artes - ao assimilarem as dúvidas de Sócrates e de Cézanne - entenderam, assimilaram e foram solidárias com as dúvidas dos fiéis. Com estas dúvidas em mente as artes penetram no mistério humano e de lá regressam com os signos que vinculam a criatura humana ao seu Criador.


As artes transformam, com os seus meios sensoriais, em obras perceptíveis aos sentidos humanos. Estas obras não possuem significados - e são limitadas - para quem cultiva a onisciência, onipotência, eternidade ou onipresença. Estas pessoas são absolutamente incapazes, pelas suas próprias escolhas, de qualquer ruptura epistêmica pois - se a praticassem esta ruptura- todo o seu castelo de areia correria riscos e o transformariam em escombros.

Fig. 04 – O QUOTIDIANO das CONCENTRAÇÕES URBANAS .

SOB a MARQUISE da PALÁCIO da JUSTIÇA PORTO ALEGRE - RS - Foto Círio em 21.01.2010

. Intensifica-se em Porto Alegre tapete humano da Avenida São João de São Paulo –SP. .


O “aqui e agora”, contraria a onipresença e os mecanismos de fuga da verdade, da justiça e da autêntica beleza. Justiça inaceitável para quem contempla, com objetividade, o tapete humano formado por “habitantes de rua” de metrópoles como São Paulo - e onde se inclui Porto Alegre[1] - com cada vez mais marginais. A autêntica beleza é impossível constituir-se cultivando sentimentos de onisciência, de onipotência ou de eternidade num mundo transitório e sujeito á entropia de qualquer projeto humano.


Se os problemas são visíveis e contundentes, parece que a solução não é se precipitar sobre eles e aumentar a sua complexidade[2].


Nas críticas aos meios numéricos digitais é necessário entender que eles representam um recurso material da pós modernidade, mas para a sua transformação em cultura, exigem uma nova arte que supõe mudança de mentalidade. Também houve necessidade de mudanças de mentalidades - ampliação e consolidação de outros repertórios culturais e artísticos - quando da mudança da era pastoril quando o nomadismo foi substituído pelo sedentarismo da era agrícola. A mesma mudança - de mentalidade pastoril ou agrícola - foi necessária quando da passagem da era agrícola para os imensos acúmulos de gente, recursos e capitais ao redor da fábrica gerando metrópoles imensas e incompreensíveis. Houve resistências e abismais descompassos entre grupos humanos colocados nestas exigências de mudanças de mentalidades, ampliação e consolidação de outros repertórios culturais e artísticos.




[2]Querer o bem com demais força e de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal por principiar. Esses homens ! Todos puxavam o mundo para si, para concertar consertando. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo .

GUIMARÃES ROSA, João. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro : José Olympio, 1963, p. 18.

Fig. 05 – SINCRETISMO RELIGIOSO de PORTO ALEGRE.

OUT-DOR - RS - 01.02.2010

. Práticas religiosas afro-brasileiras em Porto Alegre[1]

Com os meios numéricos digitais a humanidade tropeça numa mina que pode render muito se bem tratada, estudada e o seu uso-fruto socializado adequadamente. Muitos já tentaram realizar esta tarefa individualmente e de forma empírica. Contudo esta tarefa é coletiva e que inclui o Estado. Estado portador de um projeto civilizatório compensador do exercício da violência. Exercício da violência da qual o cidadão individual abdica, e que ele delega contratualmente ao Estado[2].


A ausência dos pelourinhos, derrubados em 1822 e dos papeis da escravidão, queimados pela república, permitiu construir o mito do “homem cordial brasileiro”. No Rio Grande do Sul a “benignidade da escravidão” foi contra todas as evidencias[3] registradas pelos visitantes estrangeiros e da lenda do Negrinho do Pastoreio.


A nova geração - cada vez mais preocupada e alienada destas “velharias” - não encontrará sentido para um passado que em outras culturas que constitui a base econômica pelo turismo e a indústria cultural


Contudo este material continuará sendo constituído por papéis velhos, peças artesanais e prédios em acelerada entropia sem que as instituições e os parâmetros científicos - universalmente reconhecidos e sejam acatados de fato e de direito.


A arte, na medida em que é ética, consciente e coerente, não pode jogar o manto da ignorância ou da fácil estetização populista sobre as suas circunstâncias.


A arte - na sua busca e dúvidas em relação à verdade, à justiça e também ao belo - é realizada pelos sentidos humanos e que estão colocados, como meios, entre o ENTE e o SER. A continuidade desta busca e a instalação de projetos civilizatórios compensatórios e competentes, supõe a existência e pleno funcionamento de instituições. Certamente o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Porto Alegre será uma destas instituições. A adesão coletiva a este projeto poderá mudar a arte e a cultura. O Museu de Arte Sacra da Arquidiocese poderá acrescentar os seus bens matérias e imateriais, da justiça e da beleza de Porto Alegre, como aconteceu nas passagens que a humanidade já enfrentou e venceu aqui e alhures.




[3] CARDOSO, Fernando Henrique 1931 –Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional: o negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul – São Paulo : Difusão Européia do Livro. 1962, 337 p. il - No sistema de bibliotecas UFRGS Nº 000159133



Fig. 06 – PRÉDIO da CÚRIA METROPOLITANA de PORTO ALEGRE.

Rua Fernando Machado com Espírito Santo - POA - RS - Mr. VILLAIN, em 1865 – Mestre João GRÜNEWALD, em 1888

. http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%BAria_Metropolitana_de_Porto_Alegre

http://zerohora.clicrbs.com.br/pdf/6128824.pdf

20 de março de 2009 ZH - N° 15913 – CADERNO CENTRO POA, p.01 PATRIMÔNIO Catedral e Cúria são patrimônios Após oficialização do tombamento, prédios devem passar por restauração Texto enviado pelo leitor José Severino Toigo ZERO HORA –nº 15.913 Porto Alegre - Caderno Centro Patrimônio p. 01 20 de março de 2009

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2445828.xml&template=3898.dwt&edition=11943&section=1054


CORONA, Fernando Cem anos de formas plásticas e seus autores. in Enciclopédia Rio-grandense – O RIO GRANDE ANTIGO [2ª ed] Porto Alegre : Livraria Sulina 2º volume 1968, pp.140 – 161




SUMARIO e LINKS dos ARTIGOS RELATIVOS à

ARTE SACRA SUL-RIO-GRANDENSE:


01 - SALÃO de ARTE SACRA.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/salao-de-arte-sacra-no-mutirao.html


02 - A IMAGEM FOTOGRAFICA na EXPOSIÇÃO de ARTE SACRA no MUTIRÃO de COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA e CARIBE: processos de Comunicação e Cultura Solidária.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-riograndense-02.html


03 -DOIS ARTISTAS que PRATICAM a ARTE SACRA no RIO GRANDE do SUL GLÊNIO BIANCHETTI - DANÚBIO VILAMIL GONÇALVES

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-riograndense-03.html

04 -QUANDO ARTE e RELIGIÃO DIALOGAVAM.. Arte cinética na Igreja São João.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-04.html

05 - QUANDO ARTE e RELIGIÃO BUSCAVAM DIALOGAR.. UMA OBRA CINÉTICA PARA AMBIENTE RELIGIOSO

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-05.html


06 - DOIS ARTISTAS ITALIANOS CONCEBEM e REALIZAM o que ERA POSSÍVEL no RIO GRANDE do SUL na METADE do SÉCULO XX. Aldo de Danielli Locatelli [*1915 +1962] e Emílio Sessa[1] [*1913-+1990]

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-06_6816.html

07 - VITRAIS em PORTO ALEGRE na PESQUISA de MARIANA WERTHEIMER

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-07_1576.html


08 - A ARTE SACRA e a INTELIGÊNCIA GRIS trabalho acadêmico do Dr. Altamir MOREIRA

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-08.html

09 - JOSEPH FRANZ SERAPH LUTZENBERGER e o GÓTICO HISTORICISTA no RIO-GRANDE do SUL

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-10_21.html


10 - O MESTRE JOÃO GRÜNEWALD e o GÓTICO HISTORICISTA.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-09.html


11 - João do COUTO SILVA e a etnia e cultura lusitanas Entalhe em madeira.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-11.html


12 - A ARTE e o USO da MADEIRA ao SERVIÇO da PROPAGANDA da FÉ

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-12.html


13 - O RIO GRANDE do SUL do LITORAL e do PAMPA.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-13.html

14 - RIO PARDO e a TRANQUEIRA INVICTA do PROJETO LUSITANO para o RIO GRANDE do SUL

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-14.html


15 - As MISSÕES do RIO GRANDE do SUL – JESUITAS – PROPAGANDA da FÉ

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-15.html

16 - A ESTÉTICA AFRO-SUL-RIO-GRANDENSE e a ARTE SACRA

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-16.html

17 - ARTE SACRA e CIRCULAÇÂO do PODER NO RIO GRANDE do SUL

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-17.html


18 - ARTE SACRA e sua DIACRONIA e SINCRONIA com os ESTÁGIOS PRODUTIVOS do RIO GRANDE do SUL.

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-18.html


19 - COMISSÂO de ARTE SACRA. COMISSÂO ARQUIDICESANA de ARTE SACRA [CAAS] – PORTO ALEGRE – RS

http://profciriosimon.blogspot.com/2010_02_01_archive.html

20 – A ARTE SACRA no RIO GRANDE do SUL: AQUI e AGORA



O presente artigo é solidário com o MUTIRÃO de COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA e CARIBE a realizar-se de 03 a 07 de fevereiro de 2010 na PUC-RS Porto Alegre –RS. http://muticom.org/cultural/




[1] Em relação à Emílio Sessa veja o site http://www.emiliosessa.com.br/

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

ARTE SACRA SUL-RIO-GRANDENSE – 19 .

COMISSÃO de ARTE SACRA e LITURGIA.

A COMISSÂO ARQUIDIOCESANA de ARTE SACRA [CAAS] –

PORTO ALEGRE - RS

Fig. 01 – COMISSÂO de ARTE SACRA da ARQUIDIOCESE de PORTO ALEGRE.

- Cripta da Catedral de Porto Alegre-RS -. 2006
Fonte da imagem http://www.caas-portoalegre.org.br/


Uma Comissão de Arte Sacra torna-se indispensável no momento da troca de infra-estrutura, na acelerada queima da etapa anterior e, as vezes, soluções inconseqüentes para suprir necessidades novas realizadas sem planejamento adequado.


As interações entre religião e artes ganharam uma generosa ajuda do PAPA ARTISTA JOÃO PAULO II em especial pela sua CARTA aos ARTISTAS[1] . Ressoam ainda as suas palavras “vossa arte contribua para a consolidação duma beleza autêntica que, como revérbero do Espírito de Deus, transfigure a matéria, abrindo os ânimos ao sentido do eterno!” . Esta posição carinhosa - de quem conhece as dificuldades sobre-humanas da prática artística. Ao mesmo tempo esta Carta representa, tanto na sua forma como pelo conteúdo, o grande respeito vindo do representante máximo da hierarquia eclesiástica. Respeito pela recente autonomia conquistada pelo campo das forças imateriais que caracterizam e revestem as práticas das artes desde a origem imemorial das suas sementes. O Pontífice sabia que a humanidade gosta de lembrar a qualidade das suas artes e que passam a constituir o patrimônio universal de toda espécie humana quando as civilizações desaparecem. Pos sua vez a UNESCO calcula - que deste patrimônio universal da humanidade - 70% dele seja sacro.


Com estes argumentos valem todos os esforços e trabalhos de uma Comissão de Arte Sacra. Mas este esforço não possui apenas um sentido individual. A cultura e a civilização tomam um sentido na medida de sua institucionalização. Em vista desta institucionalização a Comissão de Arte Sacra foi oficializada como um conselho. Conselho cujo papel é agir , e não só fazer.


Objetivos institucionais da Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra de Porto Alegre- RS.


No seu agir a Comissão de Arte Sacra possui os seguintes objetivos de sua ação, em consonância com as suas normas institucionais:


“- Criar uma consciência de valorização do espaço litúrgico-celebrativo em nossas comunidades paroquiais;


- Desenvolver o gosto e o interesse pela arte sacra nas equipes de liturgia e pastorais paroquiais;


- Prestar um serviço de orientação e auxílio às paróquias nas reformas e construções de novas igrejas;


- Elaborar subsídios para estudo das equipes de liturgia sobre o espaço litúrgico;


- Fomentar a criação da pastoral dos arquitetos e engenheiros católicos”.


Fonte http://www.caas-portoalegre.org.br/


Estrutura organizacionla dos cargos e funções da Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra – CAAS – Porto Alegre - RS


PRESIDÊNCIA vigário da catedral designado pelo Arcebispo.
COORDENAÇÃO :
coordenador, secretário, tesoureiro eleitos entre os pares
SETOR DE ARTE :
música, artes visuais e integradas


SETOR DE ARQUITETURA : com um arquiteto trabalhando profissionalmente na cúria


SETOR DE LITURGIA : sacerdotes representando os vicariatos da Arquidiocese


SETOR DE COMUNICAÇÃO – site.


Ver os nomes dos integrantes no site http://www.caas-portoalegre.org.br/



Este trabalho é voluntário e não remunerado. As reuniões mensais, eram realizadas com a pauta enviada, cinco dias antes, anexa à ata da reunião anterior digitada, pelo secretário do CAAS.


Fig. 02 – VISITA da CAAS ao UNILASSALE – CANOAS -RS.

Ao centro da foto o músico e artista visual Ir. Renato KOCH (de cabelo branco) anfitrião da vista - 10,05 2008



Visitas os locais e pessoas.

Coerente com os seu objetivo de prestar um serviço de orientação e auxílio às paróquias nas reformas e construções de novas igrejas” a maior parte do tempo das reuniões mensais do CAAS foi direcionado para atender consultas de paróquias e oferecer alternativas de soluções possíveis.


Os problemas mais complexos necessitaram de visitas in loco dos especialistas da COMISSÃO. Nesta visitas ocorrem assessorias gratuitas, neutras e desinteressadas.


Esta assessoria possui o seu paradigma nas Comissões Pontifícias do Vaticano homólogas e que foram apropriadas e traduzidas pelo o Guia de Informações para Projeto e Execução de Igrejas. Elaborado por membros da CAAS


Os documentos pontifícios estão disponíveis em:

http://www.franciscanos.org.br/v3/cultura/arte_iconografia/museologia/..

http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_commissions/pcchc/documents/rc_com_pcchc_20010815_funzione-musei_po.html

http://www.intratext.com/IXT/POR0311/


Guia de Informações para Projeto e Execução de Igrejas.

A CAAS justificou o projeto deste Guia com as seguintes palavras:

“A Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra oferece à comunidade o Guia de Informações para Projeto e Execução de Igrejas. Trata-se de um instrumento de serviço, apoio e de informação para as comunidades e, especialmente, para os profissionais envolvidos na construção das nossas igrejas: arquitetos, engenheiros, construtores etc.

O Guia traz um aprofundamento sobre a teologia do espaço celebrativo, uma abordagem sobre as diversas tipologias de edificações de caráter religioso, além de apresentar recomendações desde à aquisição do terreno à definição do programa da igreja, análise de projetos, contratação de mão-de-obra etc.

Trata também das questões técnicas: acústica, conforto térmico, iluminação, visibilidade, decoração, programa iconográfico, paisagismo etc. Vale destacar também o capítulo sobre bens culturais, preservação, conservação, restauração etc. O Guia traz também um histórico dos templos religiosos cristãos e um roteiro informativo sobre os espaços que compõem o prédio religioso. Brevemente, o Guia estará à disposição aos interessados.

Segundo Pe. Carlos Steffen, presidente da Comissão, diz que o intento no guia e nas construções arquitetônicas é de combinar vários dados com harmonia: a eclesiologia do Concílio Vaticano II, a teologia litúrgica, a intuição artística e o conhecimento científico-tecnológico. O Guia é uma iniciativa pioneira no Brasil, não se tendo conhecimento de outro trabalho semelhante no país”

Fonte http://www.caas-portoalegre.org.br/guia/index.htm

Curso de Pós-Graduação em Espaço Litúrgico e Arte Sacra.

Para a CAAS vale também o projeto que Mario da Andrade[1] enunciou, em 1942, quando resumiu em três objetivos a Semana de Arte Moderna de 1922

“O direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma consciência nacional [..] A novidade fundamental, imposta pelo movimento, foi a conjugação dessas três normas num todo orgânico da consciência coletiva

Também a CAAS implementou o seu 1º objetivo de “criar uma consciência de valorização do espaço litúrgico-celebrativo”, para tanto estimulou e apoiaou o oferecimento do Curso de Pós-Graduação em Espaço Litúrgico e Arte Sacra ao longo do ano escolar de 2008. Para conferir solidez e consequências acadêmicas - para os estudantes deste curso e a formação desta consciência coletiva - esta especialização foi oferecida institucionalmente. Esta ocorreu no interior das normas acadêmicas da FACULDADE de TEOLOGIA – FA/TEO da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS. Ocorreu sob a alta supervisão do Monsenhor Urbano ZILLES [do Vicariato da Cultura da Arquidiocese] e coordenação acadêmica do Frei Luiz Carlos Susin. A arquiteta Maria Inês BOLSON LUNARDINI [membro do CAAS] implemento a proposta, projeto e execução prática. A equipe administrativa esteve sob orientação da secretária Mônica Severo da Silva.



[1] - ANDRADE, Mario O movimento modernista: Conferência lida no salão de Conferências da Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores do Brasil no dia 3 de abril de 1942. Rio de Janeiro :Casa do Estudante do Brasil, 1942, p.45.

Esta conferência evocava os resultados culturais da Semana de Arte Moderna de 1942. Mario da Andrade havia sido umas das figuras centrais desta Semana. Ele se indispusera em 1938 com o Estado Novo. A conferência ocorria no auge desta ditadura que entrava em guerra com o Eixo. Mário coloca a nacionalidade como primeiro principio, Para tanto apontava a busca da construção de uma consciência coletiva, mas contra a violência a truculência que o Estado Novo praticava . .

Fig. 03 – ESTUDANTES PUC-RS 2008.

Estudantes do Curso de Pós-Graduação em Espaço Litúrgico e Arte Sacra - Dia 18.01.2008 – 21h45min

TURMA HISTÓRIA de ARTE SACRA - PUC- RS.

Nomes da ESQUERDA para DIREITA do observador PRIMEIRA FILA - SENTADOS 01 André Luiz NERY FIGUEIREDO 02 Patricia del ROSARIO MEDRANO BRAVO 03 Ana Clara SOBRAL BORGES 04 Pe. Hélio SOARES da SILVA 05 Thiago Ap. FACCINI PARO SEGUNDA FILA DE PÉ 06 Silvio José de MORAIS 07– Pe. Nedson PEREIRA de ASSIS 08 Pe. Ademir ZANARELLI 09 Manoel SCHEIMANN da SILVA 10 Dilcéia Marta CARMINATTI LOPES 11 Pe. Bento Ailton ZILLI 12 Cora Augusta DUARTE AGUIEIRAS 13 Ir. Everaldo dos SANTOS MENDES 14 Prof. Círio SIMON [membro do CAAS] 15 Fábio da COSTA SOTERO 16 Pe. Laênio Francisco CUSTÓDIO [membro do CAAS] 17 Albanize Maria O. MONTEIRO 18 Pe. Paulo Sérgio VITAL da CRUZ 19 Fabiana TRINDADE LONGHI 20 Fábio MENDONÇA PASCAL 21 Joel Marcolino BITTENCOURT Não aprecem na na foto:Alencar MASULO de OLIVEIRA Dalma MENEZES Luciano de OLIVEIRA CERCAL

Foto Silvio José de MORAIS


No acervo da Biblioteca Central do PUC-RS - constam o projeto, a metodologia e os recursos, além dos 3 textos dos estudantes da disciplina História da Arte Sacra. Consultar disponível em:


SIMON, Círio História da arte sacra e outros textos do acervo [CD-ROM] / Círio Simon Porto Alegre, 2008. 1 disco Contém: Relatório dos documentos físicos, Documentos digitais numéricos Acompanha obra impressa Nº.Sistema 000415518

Fig. 04 – FOLDER da EXPOSIÇÃO de ARTE SACRA do RIO GRANDE do SUL.

PUC-RS - 04/07,02.2010

[ para ampliar: clique sobre a imagem]



MUTIRÃO e PARCERIA entre CNBB e CAAS


A CAAS foi visitada pela COMISÃO da CNBB encarregada do MUTIRÃO de COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA e CARIBE a realizar-se de 03 a 07 de fevereiro de 2010 na PUC-RS Porto Alegre –RS.


Com o apoio da CNBB, em sequência desta parceria e em consonância com uma série de reunião, resolveu ir ao campo especifico. Visitas mediadas pelo Pe. Tarcisio RECH, Pe. Marcelino SIVINKI, Dalci Carlos MATIELLO e Cláudio DAMBROS foram organizadas visitas de sondagem deste campo. Estas sondagens dos acervos de Arte Sacra do território do Rio Grande do Sul tinham a finalidade da escolha de algumas obras de arte sacra para figurarem na exposição do MUTIRÃO. Da parte da CAAS, Nestor Torelly, Analino Zorzi [coordenador do CAAS] e Círio Simon integraram esta caravana aos acervos de Rio Grande, Rio Pardo (duas visitas) e Caxias do Sul (Acervo Lunardelli)


Com da fragilidade das obras originais e únicas, dos altos custos dos seguros, transporte especializado e dos riscos de uma exposição num evento de curta duração, optou-se a conselho de Nestor TORELLY da CAAS, resolverem, em comum acordo, montar uma exposição fotográfica blotada de obras de arte. Esta solução, além do baixo risco para as obras originais, da possibilidade da itinerância era coerente com o tema da COMUNICAÇÂO que era a pauta do evento a se desenvolver na PUC_RS. Para a realização desta exposição foram contratadas a arquiteta Ediolanda LIEDKE especializada em patrimônio e nas montagens de exposições desta natureza e com imagens da fotógrafa Edelweiss Bassis.


O SALÃO de ARTE SACRA foi outro objeto desta parceria entre CNBB e CAAS. Coordenado por Marisa VEECK visou a sondagem da produção atual do campo artístico no âmbito Latina Americano. O seu desenvolvimento pode ser conferido neste blog no 2º artigo deste tema em

http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/salao-de-arte-sacra-no-mutirao.html

Os resultados do Salão e da Exposição fotográfica podem serem conferidos em http://muticom.org/cultural/



Projetos:


Institucionalização do Museu de Arte Sacra


Um dos projetos de maior sentido e consequência é a participação da CAAS na institucionalização efetiva do acervo de obras de Arte Sacra num ambiente funcional e auto-sustentável. Além de profissionais de museologia, do arquivismo e historiadores é a conexão funcional com a liturgia deste projetado Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Porto Alegre. Para tanto o arcabouço institucional foi lançado pelas Comissões Pontifícias do Vaticano[1] que orientam as custosas materializações e a manutenção continuada dos museus, bibliotecas e arquivos. Além disto há necessidade de um sistema local com os ricos acervos das paróquias, institutos religiosos e capelas de Porto Alegre, da arquidiocese e estadual.


Os desafios da institucionalização litúrgica-sacra do belo acervo da catedral, além das potencias obras ainda dispersas pela arquidiocese apenas estão iniciando. Num evento - promovido pala Cúria e Prefeitura de Porto Alegre - foram assinados os protocolos de intenções, entre a instância religiosa e as autoridades municipais[2]. No momento desta assinatura, o arquiteto Analino ZORZI, coordenador do CAAS, apresentou ‘data-show’ com o que existe até o momento e aquilo que se espera que serão os espaços arquitetônicos a serem ocupados pelo Arquivo e Museu de Arte Sacra.




[2]PATRIMÔNIO Catedral e Cúria são patrimônios Após oficialização do tombamento, prédios devem passar por restauração Texto enviado pelo leitor José Severino Toigo ZERO HORA –nº 15.913 Porto Alegre - Caderno Centro Patrimônio p. 01 20 de março de 2009 http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2445828.xml&template=3898.dwt&edition=11943&section=1054

Fig. 05 – SEMINÀRIO e CÚRIA de PORTO ALEGRE.

O prédio do antigo seminário e atual Cúria Metropolitana irá acolher, nas duas alas paralelas ao seu pátrio externo o local do ARQUIVO e a sala de exposições do MUSEU de ARTE SACRA - Projeto de Villain 1865 e construção do mestre João GRÜNEWALD 1888

Rua Fernando Machado com Espírito Santo - POA - RS - Villipin– Mestre João

. http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%BAria_Metropolitana_de_Porto_Alegre

http://zerohora.clicrbs.com.br/pdf/6128824.pdf

20 de março de 2009 ZH - N° 15913 – CADERNO CENTRO POA, p.01 PATRIMÔNIO Catedral e Cúria são patrimônios Após oficialização do tombamento, prédios devem passar por restauração Texto enviado pelo leitor José Severino Toigo ZERO HORA –nº 15.913 Porto Alegre - Caderno Centro Patrimônio p. 01 20 de março de 2009

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2445828.xml&template=3898.dwt&edition=11943&section=1054


BALÉM, João Maria . O seminário de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre e os Padres Capuchinhos. Porto Alegre : Tipografia do Centro, 1947,



Projeto Patrimônio dos Vitrais de Porto Alegre



Sob os auspícios institucionais da Cúria Metropolitana e da CAAS, por meio da ação decisiva e continuada do arquiteto Roberto ELY de CASTRO, a artista e arquiteta Mariana WERTHEIMER desenvolveu o PROJETO do ESTUDO dos VITRAIS em PORTO ALEGRE - que na sua maioria da vertente sacra - e a SOCIALIZAÇÃO dos RESULTADOS. O apoio financeiro veio da PETROBRAS e que permitiu a exposição deste projeto em Nova York e o lançamento de um CD-ROM com o relatório visual e descritivo das pesquisas.


Esta iniciativa foi tratada neste blog no artigo de nº 07 e acessível em http://profciriosimon.blogspot.com/2010/01/arte-sacra-sul-rio-grandense-07_1576.html



Fig. 06 – DOM ANTONIO do CARMO CHEUICHE (1927-2009)

Uma das perdas mais sentidas pelo mundo religioso, artístico e cultural do Rio Grande do Sul foi a Dom Antônio do Carmo Cheuiche. A Comissão Arquidiocesa de Arte sacra de Porto Alegre deve muito às suas idéias, ações, psquisas e orinetações temperadas pelo seu entusiasmo e inteligência e paciência

Deste bispo emérito, ao qual se devem tantas iniciativas, aguarda-se a liberação de um precioso texto contendo a HISTÓRIA da CATEDRAL de PORTO ALEGRE. Texto que infelizmente caiu em mãos de quem está procrastinando a liberação. É urgente esta liberação inexplicável para este texto venha circular entre as mãos de tantos admiradores de seu talento, sensibilidade e inteligência no trato da História da Arte Sacra.

Uma pálida imagem do sentido deste eclesiástico - dedicado à sua ordem religiosa, à arte e à cultura - pode ser encontrada nos registros dos períodicos da época do seu falecimento.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Antônio_do_Carmo_Cheuiche

http://portal.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=41783

http://www.arquidiocesepoa.org.br/destaques.aspx?id=10&titulo=Not

http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=15&Caderno=0&Noticia=42093

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2685343.xml&template=3898.dwt&edition=13320&section=1003



FEDERAÇÂO SUL-RIO-GRANDENSE de COMISSÕES de ARTE SACRA

Caberia no Rio Grande do Sul a idéia de uma federação de Comissões de Arte Sacra, a partir do núcleo ativo em cada diocese. De um lado orientando-se pelos referencias das Comissões Pontifícias, via Regional da CNBB, e do outro lado seriam fiéis à vocação e aos recursos locais nos quais estão inseridas nas


Dioceses do Rio Grande do Sul Site’s, e-mail’s e telefones

01 – Bagé bispado@alternet.com.br(53) 32424772

02 - Cachoeira do Sul www.diocesenet.com.br - mitracachoeira@brturbo.com.br(51) 37221875


03 - Cruz Alta www.diocesecruzalta.org.br - (55) 33226920


04 - Caxias do Sul www.diocesedecaxias.org.br - mitra@diocesedecaxias.org.br(54)3214.5388


05 - Erexim www.diocesedeerexim.org.br - contato@diocesedeerexim.org.br (54) 35223611

06 - Frederico Westphalen www.diocesefw.com.br - mitrafw@diocesefw.com.br (55) 3744-3782


07 - Montenegro www.diocesemontenegro.com.br - diocesemontenegro@diocesemontegro.com.br(51) 36323320


08 - Novo Hamburgo www.mitranh.org.br - mitranh@mitranh.org.br - (51) 30661755


09 - Osório www.diocesedeosorio.org - mitraoso@terra.com.br(51) 36634282


10 - Passo Fundo www.pastoral.com.br - diocese@pastoral.com.br (54) 30459240


11 - Pelotas www.ucpel.tche.br/diocese/home/ - mitracomunicacao@terra.com.br(53) 3225-8055


12 - Porto Alegre www.arquidiocesepoa.org.br - arquidiocesepoa@arquidiocesepoa.org.br (51) 3228.6199


13 - Rio Grande diocrg@vetorial.net (53) 32334641


14 - Santa Cruz do Sul www.mitrascs.com.br - mitra@mitrascs.com.br (51) 32314066

15 - Santa Maria www.diocesesantamaria.org.br - bispado@terra.com.br (55) 32214836


16 - Santo Ângelo www.diocesedesantoangelo.org.br - bispado@alternet.com.br(55) 33135263


17 – Uruguaiana mitradeuruguaiana@uol.com.br (55) 34121246


18 - Vacariamitravacaria@m2net.com.br(54) 32311597


Uma das atividades seria o estudo integrado, sistemático e documental da Arte Sacra e da sua repercussão na liturgia em cada diocese. Tarefa a ser dividida entre teólogos, celebrantes, historiadores, arquitetos, administradores, arquivistas e museólogos. O objeto seriam as manifestações regionais religiosas. Nestas manifestações inclui-se a História oral até o imenso patrimônio material desde as estátuas gigantes que surgindo em todo estado, até os ‘capitéis’, as capelas e as imagens publicas e familiares. Estudo sistemático destinado à formação de um arquivo em linha com sistema nacional e estadual de arquivos e museus. Isto enquanto estão sendo constituídas novas formas de expressão religiosa por meio de líderes carismáticos que ingressando e dominando o campo de forças que se está desenvolvendo no espaço no virtual numérico.


Contudo há necessidade de escalonar prioridades. Prioridade devido à natural entropia, mais ou menos acelerada, de cada manifestação artística e os seus suporte materiais. Neste sentido há urgência em salvar o imenso patrimônio cujo suporte é constituído pela madeira.

Fig. 07 – IGREJA SÂO DOMINGOS.

MAXIMILIANO de ALMEIDA - RS - 1943

. “A igreja foi construída em 1943 em terreno e a madeira - intacta até hoje - doados por Benevenuto Ettore Dal Bello,. É a Igreja de São Domingos, localizada na Linha São Domingos, atualmente, município de Maximiliano de Almeida. Foi construída em estilo neo-gótico. Muito devido aos padres capuchinhos na região do médio e alto do Rio Uruguai

Informações do arquiteto Dr.Selso DAL BELLO em 30.01.2010 selsodalbelo@uol.com.br


A sintonia fina com as normas pontifícias, além daquelas da Unesco - por meio do ICOMOS -, nacional - do IPHAN e do IPHAE estadual, só podem trazer benefícios para ambas as partes.


As atividades propositivas, assessorias e atualizações - em relação ao patrimônio material e imaterial da diocese – impõe-se a ciência, providências e anuências da Cúria diocesana. Neste sentido os contratos entre as partes envolvidas necessitam uma atenção em especial as que se referem ao plano individual dos contratos trabalhistas, segurança e as relações com o poder publico[1] cada vez mais constrangido pela responsabilidade fiscal.


Esta integração sadia pode representar respostas econômicas positivas para a comunidade. Em especial quando há um profundo movimento no turismo e nas sendas sacras, ao exemplo daquelas das Missões, referendado no Caminho de Santiago de Compostela e cuja origem se perde nos tempos célticos. Caminhos que desembocam em Meca ou no rio Ganges para ouras vertentes religiosas e que nas caminhadas míticas de Gilgamesh tiveram algo que mergulha na pré-história.


Em Porto Alegre a arquiteta Nilsa Cristina TABORDA de JESUS COLOMBO, da CAAS, está preparando subsídios para conhecimento e peregrinação destas caminhadas religiosas pelo roteiro das atuas igrejas.


Isto sem falar do eco-turismo, étnico e rural - que se fundem em muitos pontos - e necessitam de estudos de impacto ambiental, além de sua viabilidade e sua auto sustentabilidade econômica para a posse de informações precisas. isto para não incorrer em equívocos conceituais, provocando erros irreversíveis.